Foto: André Dusek / Estadão
Antonio Palocci 22 de novembro de 2016 | 07:00

Defesa diz a Moro que Palocci é inocente e pede sua absolvição sumária

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A defesa do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) ‘não reconhece a competência e a imparcialidade’ do juiz Sérgio Moro. Em resposta à acusação contra Palocci, os advogados do petista e de um ex-assessor dele, Branislav Kontic – ambos foram presos na Operação Lava Jato – sustentam que não existe ‘o mínimo de indícios que vinculem os acusados aos fatos narrados na acusação’. Eles pedem ‘a rejeição da denúncia’ – Palocci e Kontic são réus de Moro por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, Palocci teria recebido R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht que o ex-ministro teria favorecido por meio de lobby pela Medida Provisória 460. A defesa refuta. “Chama-se como exemplo acabado desse colapso indiciário o literal desabamento da acusação consubstanciada no fato de que teria (Palocci) ‘trabalhado’ em prol da aprovação de emendas parlamentares à Medida Provisória 460 – MP do IPI-PRÊMIO – no Congresso Nacional. Esse diploma legislativo destinar-se-ia a favorecer o grupo empresarial Odebrecht e, por isso, teria havido contrapartida em vantagens indevidas. Tal versão, cerebrina, foi totalmente desmoralizada pela prova documental, confirmatória do protesto de inocência, extraída de fontes abertas e também das oficiais do Parlamento brasileiro, site da Câmara dos Deputados, demonstrativa de que, como deputado federal, votara Antonio Palocci Filho contra a aprovação do indigitado texto legislativo.” A defesa afirma que ‘aprovadas pela maioria e contra seu sufrágio parlamentar, as emendas agregadas foram, ao depois e com seu declarado empenho, vetadas pela Presidência da República’. “Isso demonstrado, simplesmente varreu-se para baixo do tapete investigatório a falaz vertente e nunca mais desse assunto se falou nos autos…” “Há como se reputarem idôneas investigações desse quilate? Só mesmo querendo e, mesmo assim, é preciso se querer muito…”, insiste a defesa. Um trecho da peça de 178 páginas é dedicado ao ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS), delator da Lava Jato. Os advogados de Palocci classificam Delcídio de ‘colaborador de plantão’ e ‘coringa para qualquer jogo de delação’.

Estadão
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