17 de novembro de 2016 | 18:10

Encontros discutem saúde da população negra em Salvador

salvador

Os Campos Temáticos da Doença Falciforme e da Saúde da População Negra, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), estão promovendo, durante o mês de novembro, uma série de encontros temáticos no Centro de Formação de Trabalhadores (Cefort), no Complexo Municipal de Saúde Clementino Fraga, nos Barris. Desde o dia 4 deste mês, especialistas têm disseminado informações com debates e discussões sobre a saúde coletiva da população negra no município, com participação de profissionais da Prefeitura. Com o tema “Novembro Negro: um Coração Falcizado”, a iniciativa tem como objetivo dar continuidade à implementação da Política Nacional de Saúde da População Negra, diagnóstico precoce, fortalecimento do programa de atenção à Doença Falciforme da SMS, e assistência integral à pessoa.Uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil, com um a cada 650 nascidos vivos portador da enfermidade, a doença falciforme atinge principalmente os negros, mas devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida no país pode ser observada também em pessoas brancas ou pardas. A doença é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo.Nesta quinta-feira (17), o debate foi aberto com uma encenação de alunos da Escola Municipal Luiz Rogério, sob o comando do professor Denilson Ribeiro. Eles apresentaram a peça “A Verdadeira Abolição”. Logo depois, o debate teve como tema “Doenças prevalentes na população negra de Salvador”, com a enfermeira Edna Rezende.”O que é complexo é como falar o que é prevalente na população negra, quando Salvador tem 80% de negros. Existem algumas coisas específicas, como questões de componentes genéticos e desigualdades sociais que agravam o cenário. Por isso é importante abordar o tema, pois quando apresentamos números e dados, reforçamos a importância de planejar as ações específicas para esta população”, afirma a enfermeira.Agente comunitária de saúde do Subúrbio Ferroviário há 18 anos, Aldalice Nunes, de 39, participou de todos os encontros e considera fundamental participar destas ações, que trazem informações relevantes dentro do trabalho como agente de saúde. “Essas iniciativas trazem uma consciência maior ao profissional de como o racismo tem interferido na vida das pessoas, e o cuidado com as doenças que são mais prevalentes em negros, para que tenhamos um olhar mais criterioso sobre essa população”, observa.

Comentários