23 de janeiro de 2017 | 12:30

Cooperação também depende do Itamaraty e do Ministério da Justiça, diz procurador no Twitter

brasil

Após vir à tona as dificuldades de cooperação internacional da Lava Jato com a Suíça devido ao Ministério da Justiça, o chefe da Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal Vladimir Aras usou as redes sociais na manhã desta segunda-feira, 23, para lembrar que a colaboração com outros países nas investigações da Procuradoria-Geral da República depende do Itamaraty e do Ministério da Justiça. “Para alcançar provas, dinheiro sujo e foragidos no exterior, os órgãos competentes do BR dependem do @ItamaratyGovBr @JusticaGovBR e @MPF_PGR”, afirmou o procurador da República em sua conta oficial no Twitter, citando as contas oficiais dos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores. Aras ainda explicou em uma série de tuítes que juízes e procuradores brasileiros podem manter contato com procuradores de outros países para tratar da cooperação e atuar em conjunto, mas que as provas de outros países só podem ser oficialmente utilizadas no Brasil após os trâmites formais pelo Executivo. “A ‘autoridade central’ envia pedidos do MP, Polícia e juízes brasileiros ao exterior. Atua como cartório para autenticar e legalizar papéis”, disse Aras na rede social. “Assim, para que uma prova estrangeira tenha validade no Brasil, é preciso percorrer essa via formal, que garante a autenticidade documental”, seguiu. A iniciativa do procurador, que vem atuando na área de cooperação internacional desde o início da Lava Jato, ocorre após o Estadão revelar, neste domingo, 22, trocas de e-mails do Ministério da Justiça com as autoridades suíças nas quais a pasta faz exigência ao Ministério Público do país europeu. Para dar prosseguimento à parceria, lançada em março do ano passado, o Executivo do Brasil pediu o nome de suspeitos e a lista de potenciais alvos que poderão vir a ser investigados. A condição causou estranhamento, e o pedido não foi acatado. Com isso a cooperação entre os ministérios públicos de ambos países para atuar na Lava Jato está travada.

Estadão
Comentários