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Ao requerer prisão preventiva do empresário que foi apontado como um dos homens mais ricos do planeta, Ministério Público Federal sustenta que ele foi o 'pivô de todo este imenso pagamento de propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador do Rio' 26 de janeiro de 2017 | 10:25

Eike é ‘autor intelectual’ da propina de Sérgio Cabral

brasil

Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta-feira, 26, afirmam que o empresário Eike Batista é o ‘autor intelectual do ato de corrupção do então governador Sérgio Cabral’. Eike está foragido. Cabral já está preso, desde novembro de 2016, alvo da Operação Calicute, primeira etapa da Eficiência e desdobramento da Lava Jato no Rio. Ao requerer a prisão preventiva de Eike – medida decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio -, a Procuradoria esmiuçou como o empresário pagou US$ 16,5 milhões em propina para o peemedebista, por meio da conta Golden, no Panamá. Os procuradores da República que subscrevem o pedido de prisão de Eike afirmam, ainda, que ele tentou obstruir a Justiça. Os procuradores sustentam que Eike usou empresa de fachada, Arcádia, para repassar a propina ao ex-governador. E revelam a participação de Flávio Godinho, sócio de Eike e vice-presidente de futebol do Flamengo, que também teve a prisão decretada na Operação Eficiência. “(Eike) Autor do negócio simulado da Arcádia e tendo ainda determinado a prática de atos de obstrução da investigação em 2015 é o pivô de todo este imenso pagamento de propina US$ 16,5 milhões e artífice mor dessa sofisticada operação de lavagem pela Arcádia. E mais, já em 2015, determinou a Flávio Godinho a prática de ato de obstrução da investigação indicando fortemente sua recalcitrância na prática de atos criminosos de corrupção e lavagem. Não bastasse isso, há fortes elementos nos autos indicando que recalcitra na prática de lavar dinheiro a partir de negócios simulados.” Os procuradores fazem menção ao depoimento que Eike prestou ao Ministério Público Federal em Curitiba – base da Lava Jato – em que confessou pagamentos a Mônica Moura, mulher de João Santana – marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014), no valor de R$ 5 milhões. No pedido de prisão preventiva de Eike, os procuradores anotam, ainda, que ele mentiu ao dizer que nunca pagou propinas a Sérgio Cabral. Uma operação sob suspeita revela que ele repassou pelo menos R$ 1 milhão para o escritório da advogada Adriana Ancelmo, mulher do peemedebista – ela também foi presa na Operação Calicute.

Estadão
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