04 de janeiro de 2017 | 07:10

Investigadores apontam a necessidade de bloquear comunicação entre lideranças da FDN

brasil

Apontado como a solução para a disputa entre as facções Família do Norte e Primeiro Comando da Capital (PCC), o envio das lideranças para o sistema prisional federal não resolve inteiramente a situação de tensão no Amazonas. Para investigadores amazonenses ouvidos pelo Estado, a transferência deve estar atrelada a manutenção de todas as lideranças no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) para evitar qualquer tipo de comunicação que possa resultar na organização de novas ações. Como argumento para a ineficiência da transferência sem o RDD, com comunicação limitada e sem contato com outros presos, os investigadores lembram que tanto o surgimento da FDN, como a aliança firmada entre ela e o Comando Vermelho (CV), ocorreram dentro de presídios federais. No entendimento dos investigadores, a organização da FDN atingiu um patamar em que apenas a transferência para outras penitenciárias não seria suficiente. É preciso, segundo eles, acabar com qualquer tipo de comunicação entre os líderes e seus subordinados de modo a criar um vácuo de poder na organização. Os assassinatos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim ocorreram após algumas lideranças terem deixado o RDD – para onde foram enviados após a operação La Muralla, no final de 2015. A FDN é apontada pela Polícia Federal como a terceira maior facção do Brasil – atrás apenas do PCC e do CV. A organização criminosa surgiu por volta do ano de 2006 após a união de dois grandes traficantes amazonenses que cumpriam suas penas em presídios federais. Gelson Lima Carnaúba, o G, e José Roberto Fernandes Barbosa, o Pertuba, saíram do sistema prisional federal com destino ao Amazonas “determinados ou orientados”, segundo a PF, a estruturarem uma facção criminosa nos moldes do PCC e CV. O primeiro passo foi a criação de um estatuto com “regras e pilares de hierarquia e disciplina” cuja primeira regra é que “nada é feito ou definido sem a ordem ou aprovação” do “Conselho” formado por Carnaúba, Pertuba, Geomison Lira, o Roque, Cleomar Freitas, o Copinho, Alan Castimário, o nanico, e João Carioca, o João Branco ou Potência Máxima.

Estadão
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