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Sérgio Cabral 27 de janeiro de 2017 | 06:50

Operadores de Cabral pediram ‘socorro’ a doleiros para lavar tanta propina, diz investigação

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Ao avançar sobre o milionário esquema de corrupção atribuído ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a Operação Eficiência revelou que as propinas arrecadadas pela organização criminosa teriam criado um verdadeiro ‘oceano’ de patrimônio para o peemedebista e seus aliados, ainda não totalmente rastreado pelas autoridades. O volume de dinheiro ilícito movimentado por Cabral na época em que ele governou o Rio (2007 a 2014) foi tão grande que nem mesmo seus operadores conseguiram lavar e tiveram que pedir ajuda a outros doleiros. As investigações apontam que Cabral mantinha contas no exterior com dinheiro ilícito desde 2002, quando era deputado, e que teve três principais operadores ao longo do tempo – Sérgio Castro de Oliveira, o ‘Serjão’ ou ‘Big’, Carlos Emanuel Miranda e Luiz Carlos Bezerra. Os três estão presos. Os irmãos Renato e Marcelo Chaber, que atuam no mercado financeiro e cuidavam das contas no exterior de Cabral, fecharam acordo de delação premiada homologado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, e relataram aos procuradores que Cabral teria movimentado dinheiro no exterior desde, pelo menos, 2002. Segundo eles, as dificuldades para conseguir o dinheiro em espécie começaram a surgir a partir de 2007, quando o político virou governador do Rio. Renato Chebar relatou que conhecia Cabral porque a companheira de seu pai era secretária do parlamentar, no fim dos anos 1990. Por volta de 2002/2003, o então deputado procurou Chebar, ‘assustado com o escândalo do Propinoduto’ – recebimento de propinas por fiscais de impostos do Estado, que tinham contas ilegais no exterior. Segundo o delator, Sérgio Cabral manifestou ‘preocupação’ com a conta no Israel Discount Bank. No encontro, que teria sido testemunhado por ‘Serjão’, o ex-governador perguntou a Chebar se poderia receber o dinheiro que tinha depositado na conta ‘Eficiência’, que acabou servindo de inspiração para o nome da Operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira, 26.

Estadão
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