11 de abril de 2017 | 11:40

Anotações revelam propina de R$ 16,4 mi da Saúde para grupo de Cabral

brasil

A Operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato, no Rio, afirma que anotações de crédito e débito do esquema atribuído ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) apontam que o peemedebista recebia R$ 450 mil mensalmente do empresário Miguel Iskin, dono de empresas fornecedoras de equipamentos médicos e próteses ao Estado e ao Instituto de Traumato-Ortopedia. Segundo o Ministério Público Federal, os valores eram entregues pelo operador financeiro de Iskin, Gustavo Estellita, perfazendo um total de, ao menos, R$ 16,4 milhões em dinheiro. O percentual de propina de 5% sobre todos os contratos administrativos celebrados com o Estado do Rio, afirmam os investigadores, foi instituído em 1 de janeiro de 2007, quando Sérgio Cabral tomou posse como chefe do executivo estadual. “Miguel Iskin aportou, por meio do seu operador financeiro Gustavo Estellita, ao menos R$ 16,4 milhões em favor da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral. A movimentação de valores se dava por dinheiro em espécie e era internalizado no caixa dos criminosos, sendo, posteriormente, distribuídos aos seus integrantes e parentes”, afirma a Procuradoria da República. Nas anotações verificou-se ainda que Côrtes entregou R$ 300 mil advindos da Rede D’Or para Francisco de Assis Neto (Kiko), servidor integrante da Secretaria de Comunicação do Governo na administração de Cabral, dono da empresa Corcovado Comunicações LTDA, e atualmente denunciado e preso na Operação Calicute. Miguel Iskin, Gustavo Estellita e o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes (Governo Cabral/2007-2013) foram presos pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 11. São alvos de mandado de condução coercitiva e Rodrigo Abdon, Sérgio Eduardo Vianna Júnior e Marco Antônio Guimarães Duarte de Almeida, que é funcionário de Oscar Iskin e Miguel Iskin, com a incumbência de providenciar o desembaraço fraudulento das mercadorias importadas fornecidas ao INTO e à Secretaria de Saúde.

Estadão
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