Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Renan Calheiros 06 de abril de 2017 | 06:45

Bancada critica Renan por ‘batalha pessoal’

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Os ataques do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), ao governo do presidente Michel Temer têm provocado desconforto na bancada – a maior da Casa, com 22 integrantes. A avaliação é de que Renan precisa assumir uma postura de liderança, e não transferir problemas pessoais aos correligionários. Apesar disso, a maioria dos descontentes evita o enfrentamento com o parlamentar, que mantém o prestígio e a influência de quem já foi quatro vezes presidente do Senado. Em jantar nesta terça-feira, 4, na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), Renan reuniu mais da metade da bancada e afirmou que o “presidente Michel Temer não tem para onde ir”. O evento foi organizado pelo senador em busca de apoio. Nesta quarta-feira, 5, Renan repetiu a frase na tribuna do plenário. “Eu fiz uma manifestação a partir da minha percepção e pela convivência que tive com os dois, a Dilma e o Temer. A presidente Dilma sempre me passou a impressão de que não sabia para onde ir. E o presidente Michel Temer, com essa política econômica de arrocho, de juro alto, de aumento de imposto, de recessão, de desemprego, se não mudar, está passando a percepção que não tem para onde ir. Ou seja, a presidente Dilma não sabia para onde ir e o presidente Michel Temer não tem para onde ir com essa política recessiva”, afirmou Renan. Após o pronunciamento, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) repreendeu o líder do partido na Casa. “Ele repetiu ao microfone o que disse ontem (terça-feira), só que aqui ele é líder da bancada. Perguntei se ele me consultaria para saber se eu também pensava dessa forma”, afirmou a parlamentar. Rose e outros senadores já haviam “chamado a atenção” de Renan no jantar na casa de Kátia Abreu, lembrando que as questões políticas do peemedebista em Alagoas estavam atrapalhando as escolhas para as comissões e relatorias do Senado. “Você é nosso líder, não pode trazer os problemas de Alagoas para dentro da bancada”, afirmou a senadora, de acordo com um parlamentar. Medidas econômicas defendidas pelo governo, como a reforma da Previdência, são o principal alvo das críticas de Renan. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) disse que, embora ela também tenha ressalvas à proposta, a bancada “não pode esquecer” que é governista. “Não precisamos ser vaquinhas de presépio e votar tudo sem discutir, tanto que estamos melhorando a reforma da Previdência, mas não podemos fazer a crítica pela crítica, temos de fazer críticas construtivas. O que não podemos apoiar são posições de palanque e de interesses pessoais. Se eu tiver um problema com o governo, com o presidente Michel Temer, eu vou lá e resolvo diretamente com ele.” Para o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), as posições de Renan são pessoais e isoladas. “A bancada está fora disso.”

Estadão
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