13 de abril de 2017 | 07:30

Delator da Odebrecht confirma entrega de valores a ‘sr. Yunes ou sra. Cida’

brasil

O ex-diretor da Odebrecht José de Carvalho Filho, um dos delatores da Odebrecht, relatou à Operação Lava Jato que, em 2014, foi ‘encarregado de operacionalizar’ pagamento de R$ 10 milhões da empreiteira ao PMDB. Segundo o delator, o hoje ministro da Casa Civil do governo Temer, Eliseu Padilha, entregou a ele o endereço de pagamento. Um endereço pertenceria ‘ao sr. Yunes ou sra. Cida, pessoas indicadas por Eliseu Padilha para receber os valores’. O episódio narrado envolve investigação sobre o acerto de pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB acertado por Marcelo Bahia Odebrecht, o presidente afastado do grupo – preso desde junho de 2015, em Curitiba – feito no Palácio do Jaburu, com Padilha e o então vice-presidente Michel Temer (PMDB). O lobista da Odebrecht no Congresso Claudio Melo Filho revelou detalhes desse encontro, o que provocou o pedido de demissão de Yunes, amigo de Temer, do cargo de assessor na Presidência. “O colaborador José de Carvalho Filho relata que foi encarregado de operacionalizar o pagamento. Nesse sentido, procurou Eliseu Padilha entregando-lhe uma senha e recebendo de Padilha o endereço para pagamento. Nas consultas ao Sistema Drousys, José de Carvalho Filho obteve dois endereços de pagamento, o primeiro no dia 11 de agosto de 2014, entregue na Rua Capitão Francisco, 90, Jardim Europa, ao “sr. Yunes ou sra. Cida”, pessoas indicadas por Eliseu Padilha para receber os valores”, observa o procurador-geral da República Rodrigo Janot ao pedir inquérito ao Supremo Tribunal Federal para investigar o ministro de Temer. O delator declarou que ‘o segundo pagamento relacionado a um endereço ocorreu no dia 8 de setembro de 2014, entregue na Rua Jerônimo da Veiga, 248, Apto 1101, ao ‘sr. Altair ou Zabo’’. “Há também pagamentos nos dias 1.º de setembro e 29 de setembro com menção ao nome do colaborador, identificado por um codinome. Por fim, afirma que há registros de ligações de seu telefone para Eliseu Padilha para tratar dos pagamentos”, anota Janot.

Estadão
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