06 de abril de 2017 | 06:40

Deputados do PT questionam ‘relação promíscua’ entre PF e filme da Lava Jato

brasil

Deputados do PT vão entrar nesta quinta-feira, 6, com representações contra agentes da Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro sob a acusação de terem colaborado e vazado informações sigilosas para a produção do filme sobre a Operação Lava Jato. Previsto para estrear em julho, a produção Polícia Federal – A Lei É para Todos vai contar a história das investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobrás. Para os deputados, levanta suspeita o fato de uma produção, orçada em R$ 15 milhões, ter apenas um investidor secreto. Eles afirmam que se estabeleceu “uma relação muito estranha” entre a PF e os produtores do filme. Os parlamentares também argumentam que o órgão cedeu “equipamentos, pessoal, avião e viatura” para as gravações, o que configuraria uma “relação promíscua”, já que não há previsão legal para esse tipo de transação. Eles também condenaram o fato de os atores terem visitado a carceragem da PF em Curitiba. Segundo os deputados, pelo menos dez agentes da Polícia Federal participaram do apoio à produção do filme e serão mencionados na representação que será enviada ao Ministério Público Federal. A acusação é de que eles praticaram crimes de improbidade administrativa, peculato, abuso de autoridade e prevaricação. Já a representação contra Moro será no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi motivada pela suspeita de que atores do filme tiveram acesso a imagens da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O juiz já foi foi acionado pela defesa de Lula no mês passado por conta desse motivo. As peças serão assinadas pelos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP).

Estadão
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