4 maio 2024
Relatores de reformas importantes que passaram ou estão tramitando na Câmara também serão alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht. Onyx Lorenzoni (DEM-RS), relator do projeto das 10 Medidas de Combate à Corrupção, Vicente Cândido (PT-SP), relator da reforma política, e Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência, são apontados como beneficiários de recursos irregulares repassados pela empreiteira. Lorenzoni teve o seu nome citado na delação do ex-diretor Alexandrino Alencar por ter supostamente recebido R$ 175 mil em caixa 2 para a campanha eleitoral de 2006. No despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, há um trecho de uma conversa entre Alencar e Lorenzoni em uma reunião: “Estamos percebendo o seu desempenho, a sua conduta, e nós gostaríamos de termos aí como um parceiro futuro nas suas atividades como deputado federal”, disse Alencar. Sob pressão, o deputado gaúcho “enxugou” o relatório final sobre pacote anticorrupção, retirando cinco das 17 medidas apresentadas por ele mesmo anteriormente. Apesar de manter a proposta que tipificava o crime de caixa 2, o deputado também acabou reduzindo as penas a serem aplicadas. Durante as discussões no comissão especial, Lorenzoni ganhou destaque por defender o Ministério Público frente aos membros do colegiado. No fim de novembro, em votação no plenário, os deputados desfiguraram o pacote e retiraram seis propostas do MP. Após a sessão, o deputado Onyx Lorenzoni chegou a lamentar o resultado.
Estadão Conteúdo