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Sérgio Côrtes 11 de abril de 2017 | 10:46

Sérgio Côrtes tentou acuar delator, diz Lava Jato

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A Operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato no Rio, afirma que o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes (Governo Sérgio Cabral), preso nesta terça-feira, 11, tentou barrar a delação premiada de seu ex-subordinado Cesar Romero. O acordo de colaboração deu base à deflagração da Fatura Exposta. Ao juiz federal Marcelo Bretas, a Procuradoria da República, no Rio, afirmou. “Sérgio Côrtes está embaraçando as presentes investigações, atuando para constranger o colaborador César Romero a não celebrar acordo de colaboração premiada. Com efeito, a despeito das tentativas de Sérgio Côrtes, o citado acordo de colaboração premiada com Césae Romero foi firmado no dia 16 de março de 2017 e homologado judicialmente no dia 20 de março de 2017.” Segundo a Lava Jato, no Rio, ‘antes porém, foi precedido por negociações entre o Ministério Público Federal e o Colaborador que se iniciaram no dia 31 de janeiro de 2017, quando foi assinado Termo de Confidencialidade’. “Dias antes da efetiva assinatura do acordo de colaboração, o colaborador foi procurado em seu escritório pelo ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Côrtes que embaraçou as investigações e o curso da negociação da colaboração, quando pediu para que Cesar Romero combinasse com ele, Sérgio Côrtes, temas a serem incluídos em possível acordo”, informou o Ministério Público Federal ao juiz Bretas. “Além da gravação apresentada ao Ministério Público Federal, como prova dos fatos alegados, o Colaborador Cesar Romero entregou imagens do circuito interno de vídeo de seu escritório de advocacia que comprovam que Sérgio Côrtes esteve, de fato, no local para embaraçar o acordo de colaboração que estava sendo entabulado com o Ministério Público Federal.” A investigação mira em fraudes no fornecimento de próteses ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. A empresa Oscar Iskin, ligada aos empresários Miguel Skin e Gustavo Estellita, alvos de mandado de prisão, teria sido favorecida por Sérgio Côrtes. A propina chegaria a 10% do valor dos contratos. A PF informou que Sérgio Côrtes e os dois empresários serão indiciados por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação da PF foi deflagrada em parceria com o Ministério Público Federal e a Receita. A Fatura Exposta é uma nova fase da Lava Jato no Rio. Cem policiais federais cumprem 3 mandados de prisão preventiva, 20 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de condução coercitiva, na capital fluminense e nos municípios de Mangaratiba/RJ e Rio Bonito/RJ. As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Federal Criminal/RJ.
A conversa entre Sérgio Côrtes e Cesar Romero foi gravada.

Estadão
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