11 de maio de 2017 | 12:29

Na Câmara, presidente dos Correios diz que modelo de monopólio é insustentável

brasil

O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou hoje (11) em audiência pública na Câmara dos Deputados que a situação financeira da empresa ainda é muito delicada. O presidente afirmou que, na última década, a empresa só não registrou deficit no resultado operacional em cinco anos e adiantou que o ano de 2016 deve registrar novo prejuízo. “A dramaticidade dos números dos Correios é muito forte, nós tivemos em 2015 um prejuízo de R$ 2,1 bilhões. O ano de 2016 não é diferente disso, é um ano onde se coloca mais um prejuízo, o número não está fechado, mas também é da ordem de R$ 2 bilhões” disse. Os Correios tem cerca de 11 mil agências (entre próprias, comunitárias e franqueadas) instaladas em 5.570 municípios do país. Há 354 anos, a empresa detém o monopólio dos serviços postais do país. Atualmente, os Correios tem 117 mil funcionários, sendo que mais de 60 mil são carteiros. Para Campos, a crise nos Correios é decorrente das transformações tecnológicas que alteraram a forma de comunicação e afetaram as empresas do setor em todo o mundo. Ele avaliou que o modelo de monopólio é insustentável e precisa ser modernizado. Campos voltou a apontar a retirada de mais de R$ 6 bilhões do caixa da empresa para antecipação de dividendos ao Tesouro, entre 2007 e 2013, como uma das causas para o agravamento da dificuldade financeira. E citou ainda a recente greve nacional promovida pelos funcionários entre os dias 26 de abril e 9 de maio. Segundo Campos, a paralisação resultou em prejuízos de pelo menos R$ 6 milhões por dia. O presidente da estatal elogiou a decisão dos trabalhadores de encerrar a greve nacional e disse que várias ações para minimizar os prejuízos já estão sendo tomadas.

Débora Brito, Agência Brasil
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