31 de maio de 2017 | 16:45

PF investiga se Aécio ‘interferiu’ com delegado em inquérito ligado à Cidade Administrativa

brasil

Grampos da Operação Patmos revelam que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) marcou um encontro com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, teoricamente para falar sobre a reforma da Previdência e, em seguida, buscou informações sobre quem seria o delegado que conduziria um inquérito aberto contra ele para investigar se houve irregularidades durante a construção da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, quando o tucano era governador de Minas. Relatório elaborado pela PF diz que a investigação aberta contra o senador no Supremo Tribunal Federal (STF) após a delação dos empresários do grupo J&F tem também o objetivo de esclarecer se houve, por parte de Aécio, “interesse em interferir na distribuição ou mesmo na condução de inquéritos no âmbito da Polícia Federal”. Segundo a PF, os grampos “trazem uma sequência de ligações nas quais o senador Aécio Neves a pretexto de tratar de assuntos da Previdência solicita uma reunião com o diretor-Geral da Polícia Federal, Leandro Daiello” e “ato contínuo à confirmação da reunião, o senador realiza uma série de ligações, descritas no auto, a fim de saber se o inquérito de número 4392 do STF já se encontrava na Polícia Federal e se já havia sido distribuído a alguma autoridade policial”. As ligações foram interceptadas no dia 8 de maio. Em uma dos telefonemas, o senador pediu para um assessor chamado “Rodrigo” informações sobre o inquérito e é informado que o procedimento já estaria na Polícia Federal, porém sem distribuição. “Senador, só para complementar a informação que eu passei agora há pouco para o senhor, o (inquérito) quatro três nove dois (4392) ainda não foi distribuído, tá ok? Ele chegou lá, mas não tem distribuição ainda, acabei de confirmar”, disse Rodrigo ao senador.

Estadão
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