Foto: Dida Sampaio/Estadão
Senador Aécio Neves (PSDB/MG) 05 de junho de 2017 | 12:08

Aécio usou seu mandato para beneficiar JBS, diz Janot

brasil

O senador Aécio Neves (PSDB/MG) ‘usou seu mandato’ para beneficiar interesses da JBS, como a liberação de créditos de ICMS da empresa junto ao estado de Minas, segundo denúncia apresentada na última sexta-feira, 2, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Janot sustenta que o parlamentar recebeu R$ 60 milhões ‘por meio da emissão de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas por ele’, no âmbito de campanhas eleitorais de 2014, do grupo JBS. Documentos foram entregues por delatores para corroborar os relatos. “Consta que, mesmo depois de passada a campanha eleitoral, Aécio Neves procurou Joesley Batista pedindo recursos financeiros, tendo este aquiescido em comprar um imóvel superfaturado por R$ 17 milhões perante uma pessoa indicada por Aécio Neves, a fim de que esse dinheiro chegasse ao senador da República”, afirma Janot, que se refere à venda do prédio da sede do jornal Hoje em Dia. Janot ainda reforça a denúncia com a ação controlada que filmou e gravou o repasse de R$ 2 milhões da JBS ao senador, por meio do primo, Frederico Pacheco, o Fred. “Em 18 de fevereiro de 2017, Joesley Batista foi procurado por Andréa Neves da Cunha, irmã de Aécio Neves, na escola Germinare, contígua à sede do Grupo J&F, ocasião em que lhe solicitou, em favor do seu irmão, o pagamento de R$ 2 milhões, a pretexto de pagar honorários advocatícios, de modo que a transferência dos valores dar-se-ia por intermédio de um advogado que também prestava serviço para o grupo econômico, a fim de mascarar o trâmite de tantos recursos”, afirma Janot. O procurador sustenta que, ‘em contrapartida a todos esses pagamentos, o senador Aécio Neves usou o seu mandato para beneficiar diretamente interesses do grupo, como, por exemplo, na liberação de créditos de R$ 12,6 milhões de ICMS da JBS Couros e dos créditos de R$ 11,5 milhões de ICMS da empresa Da Grança, adquirida pela JBS na compra da Seara’.

Estadão
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