Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Rodrigo Janot 04 de junho de 2017 | 08:30

Governo lança enfrentamento a Janot

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Assessores próximos de Michel Temer acusam o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “irresponsabilidade jurídica e intelectual” ao afirmar que o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso ontem, é o “verdadeiro longa manus” do presidente. A estratégia do Palácio do Planalto, agora, será enfrentar o Ministério Público Federal e o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin. Enquanto traça o plano de resistência às acusações, o governo tenta transmitir a sensação de normalidade. Ontem, o advogado do presidente, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, após se reunir por duas horas com seu cliente em São Paulo, disse que a prisão de Loures “não altera em nada” a defesa em caso de uma eventual denúncia a ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República. “Nem falamos sobre Rocha Loures”, afirmou ao Estado. Em 12 horas, Temer foi e voltou de São Paulo a Brasília duas vezes. Aliados de Temer minimizaram a prisão de Loures e disseram que ela já era esperada. “É um erro judicializar a política e politizar o judicial. Cada um na sua esfera”, disse o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Auxiliares de Temer, por outro lado, pretendem usar, para embasar as críticas a Janot, uma degravação feita pelo Planalto da conversa entre o presidente e o empresário Joesley Batista, dono da JBS. Segundo eles, a PGR escondeu um trecho da conversa na qual Temer faz a seguinte afirmação a Joesley: “Pode passar pro e-mail dele (Loures); é da minha mais estreita confiança”. Nas versões da conversa que têm sido divulgadas até agora, a palavra “e-mail” aparece como “inaudível”. Na avaliação do Planalto, Temer não pediria para Joesley enviar um e-mail a Loures para tratar de assuntos impróprios.

Estadão
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