23 de junho de 2017 | 19:17

Produtores temem que embargo à carne brasileira afete acesso a novos mercados

brasil

Produtores de carne do país temem que a decisão dos Estados Unidos de embargar o produto brasileiro in natura (carne fresca) prejudique o acesso do Brasil a novos mercados. A preocupação foi revelada pelo vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, para quem a decisão do governo norte-americano causa mais impacto à imagem do produto brasileiro que ao bolso do exportador.“A preocupação é mais com a imagem do país como exportador e produtor de pecuária do que com a parte financeira, porque os Estados Unidos não são um importador importante de bovinos in natura”, disse o dirigente da SNA. Em nota, outra entidade, a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), manifestou a crença de que as exportações possam ser retomadas em curto prazo, com base no comunicado norte-americano.A suspensão da importação foi decidida porque 11% da carne exportada pelo Brasil desde março não passou em testes de qualidade nos Estados Unidos. Sirimarco lembrou que a venda de carne desse tipo para aquele mercado é recente, mas admitiu que a atitude do governo norte-americano pode ter repercussões sobre outros países, uma vez que o Brasil está tentando abrir novos mercados, como Japão e Coreia.Sirimarco afirmou que o Brasil é o único exportador de carne vacinada contra a febre aftosa para o mercado norte-americano. O que ocorreu, segundo ele, foi alguma reação à vacina nos bovinos, que provocou “calombos” na carne, mas nada que altere a qualidade do produto. Os Estados Unidos têm, porém, normas rigorosas de controle que detectam esses processos e, na dúvida, visando à proteção do consumidor, “eles simplesmente embargam” a importação, comentou.O dirigente destacou que o Ministério da Agricultura já havia sido comunicado do problema e tinha tomado providências, como a suspensão da exportação de carne para os EUA de cinco frigoríficos, esta semana, como uma medida preventiva. O ministério, reforçou o vice-presidente da SNA, já está sinalizando a adoção de nova metodologia de inspeção na carne nos frigoríficos, mais rigorosa.

Agência Brasil
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