Foto: Divulgação
Joesley Batista 05 de junho de 2017 | 06:50

Sob críticas, J&F faz ofensiva jurídica para salvar acordo

brasil

O Grupo J&F já se prepara para os questionamentos jurídicos que deverão ser debatidos no Supremo Tribunal Federal (STF) e que colocam em xeque o acordo de delação firmado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, além de outros cinco funcionários da empresa. O grupo contratou uma banca de advogados criminalistas para defender o acordo. Desde que a delação dos irmãos Batista veio à tona, há 15 dias, surgiram questionamentos sobre a competência do ministro Edson Fachin para homologar o acordo e a respeito de um possível benefício excessivo concedido pelo Ministério Público Federal (MPF). Em razão da gravidade das declarações feitas, quantidade de provas entregues e situação processual do grupo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) concedeu uma imunidade penal aos empresários. Com isso, eles não poderão ser acusados formalmente pelos crimes que revelaram espontaneamente. No momento, os advogados contratados pela J&F – holding proprietária da JBS – preparam um material no qual pretendem comparar o acordo com os outros já assinados na Lava Jato. A ideia é comprovar que a delação, ao contrário do que se diz, é mais consistente e amparada em provas mais robustas. Os argumentos da J&F, em um primeiro momento, são a quantidade de provas entregues, o número de políticos envolvidos e o nível das autoridades citadas. Mesmo os advogados que participaram da delação da Odebrecht reconhecem a gravidade do que foi entregue por Joesley. Segundo fontes ligadas à empreiteira, Marcelo Odebrecht “urrou” na cadeia em Curitiba ao saber que Joesley não será acusado enquanto ele permanecerá por dez anos cumprindo pena. Advogados envolvidos em outras delações premiadas dizem que o MPF apresentou a outros delatores a ideia de fazer ação controlada – desde 2015, segundo ano da Lava Jato. A intenção era flagrar um crime em andamento. Ninguém aceitou, por medo. A estratégia foi levada em consideração pela PGR ao conceder os benefícios aos irmãos Batista. Ao analisar a delação, defensores se preocupavam inicialmente com o questionamento sobre a competência de Fachin para homologar o acordo e, portanto, abrir e dar seguimento aos inquéritos produzidos com base na delação. Após análise detida sobre o caso, os advogados se dizem tranquilos.

Estadão
Comentários