20 de julho de 2017 | 07:02

‘Para eles, não importava de onde vinha’, diz lobista sobre propina a políticos

brasil

O lobista do PMDB Jorge Luz afirmou nesta quarta-feira, 19, em interrogatório que para políticos ‘não importa’ de onde vem o dinheiro. Luz confessou ter intermediado pagamento de R$ 11,5 milhões em propina para os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jader Barbalho (PMDB-PA), o ex-ministro Silas Rondeau e o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE). Os valores, segundo o lobista, teriam sido pagos em troca do suposto apoio para fortalecer os ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, na estatal. Jorge Luz foi questionado por Moro se, durante reuniões com políticos, era apontado o caminho do dinheiro, se os valores saíram de doações eleitorais ou de contratos da Petrobrás. “Repare só o seguinte, juiz Moro, o que aconteceu. Quando foi ser tratado o apoio, para os políticos não importava da onde vinha. Para eles, tanto faz. ‘X’ e pronto, R$ 11,5 milhões. Está todo mundo falando de US$ 6 milhões, não sei o que. Para mim, são R$ 11,5 milhões, que podem ter sido na época US$ 6 milhões, não sei. Então, houve uma discussão, era 10 milhões, passou para 6, depois para… ou seja, houve uma discussão, queriam 4 e acabaram chegando a um acordo”, relatou. “Quem discutia era o dono do dinheiro, que eram os diretores, o diretor, mas acertado Cerveró com Paulo, porque apesar de o Paulo não ter recursos, eu lembro disso, Paulo não tem mais nada, não tinha como pagar, o Cerveró assumiu e depois fizeram um encontro de contas, não sei explicar ao senhor como porque eu não participava desse acordo”, afirmou.

Estadão
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