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Lucio Vieira Lima 16 de outubro de 2017 | 16:00

Lúcio é o ‘Bitelo’ nas planilhas de propinas da Odebrecht

brasil

O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), alvo de buscas e apreensões nesta segunda-feira, 16, por suposta ligação com o bunker dos R$ 51 milhões confiscados em um apartamento em Salvador, ganhou a alcunha de ‘Bitelo’ nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht. Executivos relataram pagamento de R$ 1 milhão ao peemedebista a título de alterações em Medidas Provisórias que beneficiariam a empreiteira, durante o governo Dilma Rousseff. Além das investigações em torno do maior montante já apreendido no País, Lúcio é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal que o investiga, ao lado de outros peemedebistas, pela edição das Medidas Provisórias 470/09, 472/10 e 613/13, supostamente em benefício da Odebrecht. De acordo com o pedido inicial de investigações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo, Lúcio fez parte de um grupo de parlamentares que receberam vantagens indevidas em troca do suposto apoio à construtora no Congresso. No sistema Drousys, que controlava repasses do departamento de propinas da Odebrecht, o peemedebista aparece com o apelido ‘bitelo’, que, segundo o dicionário, é sinônimo de ‘pessoa ou animal de grandes dimensões’. Ao lado de seu nome, aparece o repasse de R$ 1 milhão. Segundo o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, no anexo de sua delação premiada, Lúcio ‘participou da aprovação da MP 613 na qualidade de presidente da Comissão Mista’.Nesta segunda-feira, 16, a Polícia Federal vasculhou o gabinete e endereços ligados a Lúcio em ação autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Operação Tesouro Perdido, a investigação que achou R$ 51 milhões em dinheiro vivo. A Procuradoria-Geral da República vê indícios de ligação do peemedebista com a fortuna que estava oculta em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador. Segundo as investigações, as notas de dinheiro e as embalagens que recheavam caixas e malas no imóvel tinham as digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) – irmão de Lúcio -, do ex-chefe da Defesa Civil em Salvador, Gustavo Ferraz, apontado como operador do peemedebista, e também de um assessor do gabinete de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Ribeiro Brandão.

Estadão Conteúdo
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