Foto: André Dusek/Estadão
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) 10 de outubro de 2017 | 18:50

Maia anuncia que não votará mais MPs enviadas pelo governo

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Em uma nova queda de braço com o governo, o presidente Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta terça-feira, 10, que não irá colocar em votação mais nenhuma medida provisória enviada pelo Palácio do Planalto. Maia fez a declaração ao encerrar uma sessão sem conseguir votar a MP 784, que trata da leniência de instituições financeiras com o Banco Central. Segundo ele, a matéria não voltará à pauta da Casa até que seja votada a Proposta de Emenda à Constituição que regulamenta a tramitação desse tipo de proposta na Casa. Líderes do governo pediram para que o presidente da Câmara encerrasse a ordem do dia para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pudesse votar o parecer apresentado sobre nova denúncia contra o presidente Michel Temer. O governo tem pressa para que a tramitação da denúncia seja concluída na Casa. Pelas regras do regimento interno, uma comissão não pode realizar uma votação se a sessão do plenário está em curso. Ao anunciar que não colocaria mais a MP em votação, Maia enviou um recado ao governo disse que Planalto tinha que ter “prioridades”, e que deveria encaminhar à Casa as matérias como projetos de lei, e não medidas provisórias, que possuem uma tramitação especial e trancam a pauta do plenário. O Planalto tem demonstrado preocupação com a postura de Maia, sucessor natural ao cargo caso Temer ser afastado. Às vésperas da votação da segunda denúncia, o presidente da Câmara tem se mantido distante do governo, fez críticas públicas ao PMDB, que, segundo ele, tentou enfraquecer o crescimento do DEM e participou de jantares com nomes da oposição.

Estadão Conteúdo
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