24 de novembro de 2017 | 19:59

Diagnóstico e tratamento de HIV avançam

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Um relatório do Ministério da Saúde mostra que o diagnóstico e o tratamento de pessoas que vivem com HIV-aids melhorou no Brasil nos últimos quatro anos, embora deixe claro que há ainda inúmeros desafios a serem enfrentados. De acordo com o trabalho, o número de pessoas com HIV que sabem da sua condição aumentou. Também é maior a parcela dos que estão em tratamento com medicamentos antirretrovirais. Ao mesmo tempo, as taxas de abandono à terapia ainda são altas e continua significativo o número de pessoas que descobrem a infecção pelo HIV de forma tardia – o que dificulta o sucesso no tratamento. “Há conquistas, mas também desafios”, constata a diretora do Departamento de Prevenção e Controle das ISTs, HIV/Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken. Um dos maiores avanços apontados pelo trabalho é a melhora no diagnóstico. Estima-se que 830 mil pessoas vivam com HIV no Brasil. Desse total, 694 mil (84%) sabem que são portadoras do vírus – um aumento de 18% quando comparado com dados de 2012. Em 2016, 72% das pessoas diagnosticadas estavam em tratamento. Uma proporção bem maior do que em 2012, quando 62% das pessoas vivendo com HIV-aids estavam em terapia com antirretrovirais. A supressão viral (quando a proporção de vírus circulante no sangue é considerada pouco expressiva, o que indica o sucesso do tratamento) também avançou. Dos pacientes tratados, 91% apresentam carga mínima de vírus. Os dados indicam que o Brasil está próximo de atingir pelo menos duas das três metas do Programa das Nações Unidas para Aids (UnAids, na sigla em inglês), batizado de 90-90-90. O compromisso dos países é chegar até 2020 com 90% das pessoas com HIV-aids diagnosticadas; desse grupo, pelo menos 90% em tratamento e, dos que estão em tratamento, 90% com supressão viral. “Estamos a seis pontos porcentuais para alcançar a meta do diagnóstico”, constata Adele. A meta da supressão viral já foi atingida e agora precisa ser mantida até 2020. Um dos maiores desafios é tentar garantir que as pessoas diagnosticadas entrem em tratamento – e mantenham essa condição. A diretora chama a atenção para os dados da população entre 18 e 24 anos. Nesse grupo, apenas 56% dos diagnosticados estão em tratamento e 49% têm carga viral em níveis considerados ideais.

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