Foto: Fábio Motta / Estadão
Sérgio Cabral 20 de novembro de 2017 | 07:50

Cabral pediu cargo na Assembleia para o marido da prima

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A Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato que pegou os deputados do PMDB do Rio Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, reforça uma suspeita do Ministério Público Federal de nepotismo cruzado envolvendo o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). Mensagem apreendida pela investigação aponta que Sérgio Cabral pediu a Picciani e a Albertassi que mantivessem o marido de uma prima na Assembleia Legislativa do Rio. Os dois parlamentares, presos nesta quinta-feira, 16, são velhos caciques peemedebistas da Casa de leis fluminense. “As investigações revelam que são constantes os pedidos para ocupação de cargos e empregos públicos, inclusive de Sérgio Cabral, que interveio para que Albertassi e Picciani mantivessem parente do ex-governador trabalhando na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro”, indicam os investigadores. O e-mail enviado por Sérgio Cabral é de 4 de fevereiro de 2015. “Amigos, Priscila é minha prima e filha do meu tio que é irmão da minha mãe. Se puder manter seu marido eu agradeço. Acabaram de ter um filho. Forte abraço.” A Controladoria-Geral da União (CGU) define nepotismo direto como ‘aquele em que a autoridade nomeia seu próprio parente’. O órgão aponta como nepotismo cruzado a situação em que ‘o agente público nomeia pessoa ligada a outro agente público, enquanto a segunda autoridade nomeia uma pessoa ligada por vínculos de parentescos ao primeiro agente, como troca de favores, também entendido como designações recíprocas’. Em agosto do ano passado, Susana Neves, ex-mulher de Sérgio Cabral e investigada pela Lava Jato, do Rio, foi nomeada assessora de Picciani, no cargo de chefe de gabinete. Recebia, à época, R$ 13.651,48 líquidos. Quando a notícia do nepotismo cruzado veio à tona, durante as investigações da Lava Jato, ela era considerada funcionária-fantasma: ganhava salário sem trabalhar no gabinete. Na ocasião, a Assembleia informou que embora constasse como chefe de gabinete na folha de pagamento da Assembleia, Susana não exercia a função. O Legislativo estadual afirmou que ‘o cargo ocupado tem salário que corresponde ao salário de chefe de gabinete’.

Estadão
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