Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO
Gravação ambiental estava anexada a e-mail do empresário Jacob Barata Filho, alvo das operações Ponto Final e Cadeia Velha 23 de novembro de 2017 | 07:40

Lava Jato acha áudio da propina com Rei do Ônibus: ‘é 1 milhão por mês’

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A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio, encontrou no e-mail do empresário Jacob Barata Filho, o ‘Rei do Ônibus’, um ‘áudio da propina’. O arquivo estava anexado a uma mensagem de título ‘maluco’ e foi anexado a uma ação penal perante o juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal, do Rio. Segundo o Ministério Público Federal, ‘maluco’ é o codinome do ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro) Rogério Onofre nas planilhas do operador de propinas Álvaro Novis – delator da Lava Jato. A gravação ambiental, afirma a Procuradoria, pegou um diálogo entre o Rei do Ônibus, Rogério Onofre e os empresários do setor de Transporte do Rio José Carlos Lavouras, Lélis Marcos Teixeira e Marcelo Traça Gonçalves. “No diálogo, é clara a negociação de valores de propina entre os réus”, afirmou o Ministério Público Federal ao juiz Bretas. No dia 14 de novembro, Marcelo Traça Gonçalves prestou depoimento a força-tarefa da Lava Jato. O empresário é colaborador da Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato que pegou de novo a cúpula do Transporte do Rio e também o presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, e os deputado estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi. Todos do PMDB. Marcelo Traça Gonçalves declarou à Procuradoria da República que não se lembrava ‘especificamente’ dessa reunião, mas reconheceu as vozes dos empresários. “Após ouvir o áudio, o depoente pode afirmar que reconhece as vozes de Rogério Onofre, de José Carlos Lavouras, de Lelis Marcos Teixeira e de Jacob Barata Filho”, afirmou o empresário. “Lelis Marcos Teixeira é a pessoa que fala “quando tinha tarifa tinha outra coisa, um plus … “; que o declarante reconhece a voz de Jacob Barata Filho como o interlocutor a partir do trecho ‘Marcelo, pra trás não existe. Ou ele vai se convencer de que pra trás não existe e que é um milhão por mês a partir desse mês, tá certo?’.” No depoimento, Marcelo Traça Gonçalves declarou também ‘antes das reuniões do Conselho da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) era comum que Lelis, Lavouras e Barata se reunissem previamente em particular, muitas vezes fazendo com que os demais conselheiros ficassem aguardando’.

Estadão
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