07 de dezembro de 2017 | 19:58

Ex-assessor de Cabral diz que organização criminosa começou na época da Alerj

brasil

Em depoimento prestado hoje (6) à Justiça Federal, o empresário Carlos Miranda confirmou a existência de um esquema liderado pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para recolher propina de construtoras e prestadoras de serviço. De acordo com ele, a cobrança de 5% do valor dos contratos assinados com o estado ocorreu ao longo do governo, sem vinculação com períodos eleitorais, desmentindo umas das principais alegações do ex-governador.De acordo com Carlos Miranda, a organização criminosa começou a se formar a partir da cobrança de propina para a produção de legislações específicas. Na época, o delator era assessor parlamentar de Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Eu comecei a trabalhar com Cabral na época em que ele era deputado estadual. E essa organização começou a se estruturar quando ele era presidente da Alerj”. Sobre as empresas que teriam sido beneficiadas, ele disse que eram do setor de transportes e supermercados.Miranda, que assinou acordo de delação premiada já homologado pela Justiça, falou com detalhes sobre o esquema pela primeira vez.Apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro da organização criminosa, Carlos Miranda já tem condenação em outros processos envolvendo Cabral. Miranda foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no julgamento final da Operação Calicute. E também foi considerado culpado e condenado a 12 anos de prisão no julgamento final da Operação Mascate por lavagem de dinheiro. O depoimento de Miranda foi prestado ao juiz Marcelo Bretas dentro da Operação Ratatouille, na qual o Ministério Público Federal (MPF) denuncia o pagamento de R$16,7 milhões em propina pelas empresas Mazan e Milano, representadas pelo empresário Marco Antônio de Luca. As duas empresas, que mantinham contratos com o governo de Rio de Janeiro, são fornecedoras de merenda escolar e alimentação para presídios. A Operação Ratatouille é um dos desdobramentos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Agência Brasil
Comentários