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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva 15 de janeiro de 2018 | 15:00

Ajufe critica ‘alarde desnecessário’ em torno de julgamento de Lula

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O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) Roberto Veloso, criticou nesta segunda-feira, 15, o “alarde desnecessário” em torno do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), marcado para o dia 24. Mesmo assim, afirmou que pedirá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Ministério da Justiça medidas para garantir a segurança em Porto Alegre, onde está localizada a sede do TRF-4, durante a apreciação do caso. Veloso tratou do tema em reunião nesta segunda-feira com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministra Cármen Lúcia. O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, também participou da audiência. O presidente da Ajufe admitiu a jornalistas que está preocupado com as medidas de segurança para a realização da sessão, tanto as que dizem respeito à preservação do patrimônio público (as instalações do tribunal), quanto as referentes à segurança dos desembargadores que julgarão o caso de Lula. Mais cedo, Cármen Lúcia tratou do assunto com o presidente do TRF-4, desembargador federal Thompson Flores. Dentro do STF, a avaliação é a de que o julgamento é dos mais delicados por envolver Lula e ter impacto direto na próxima eleição. “Esse caso está tomando uma proporção que nunca se tomou no Brasil. É um caso de proporções novas e de grandes proporções, em que se está querendo a convocação de militantes, da população para haver uma pressão e até se chegar às vias de fato. Isso é o que não podemos conceber. Se o Brasil é uma democracia e existe um devido processo legal, por que se vai então partir para a violência a fim de interferir no julgamento do processo?”, perguntou Flores, ao deixar o edifício-sede do Supremo. “Já entramos em contato com o tribunal e pretendemos emprestar todo o apoio da associação aos magistrados para que eles possam julgar com independência. Porque se nós temos julgamentos em que o que conste não seja a prova dos autos e sim a pressão que se exerce sobre a magistratura, não estamos mais num Estado Democrático de Direito, mas um Estado de opressão”, completou Veloso, ao ressaltar que os desembargadores do TRF-4 e familiares devem ter toda “a segurança possível”.

Estadão
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