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13 de janeiro de 2018 | 07:43

Planalto teme impacto de tensão eleitoral na reforma

brasil

O Palácio do Planalto teme que a disputa entre os pré-candidatos à Presidência Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Henrique Meirelles (PSD) e a crescente tensão eleitoral possam atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência, marcada para o dia 19 de fevereiro. O elogio feito pelo emedebista ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na quinta-feira, teve como principal objetivo, segundo fontes do Planalto, brecar um início de atrito entre o presidente da Câmara dos Deputados e o ministro da Fazenda.Maia e Meirelles se colocam como possíveis candidatos do governo na eleição presidencial deste ano e, ao lado de Alckmin, buscam se apresentar como o nome de centro na corrida pelo Planalto. O jornal mostrou que Maia trabalha para minar Meirelles em meio a seus movimentos pela eleição, já tem equipe e articula alianças.Temer ficou preocupado com a possibilidade de o embate entre Maia e Meirelles prejudicar a votação da reforma da Previdência, meta principal do Planalto para este ano. Na sexta, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s informou que rebaixou a nota de crédito do Brasil em razão de “constantes” atrasos justamente na aprovação das novas regras nas aposentadorias e citou uma mudança, já descartada, na “regra de ouro”, que impede a União de se endividar acima do volume de investimento.Na semana passada, Meirelles e Maia se desentenderam publicamente sobre a regra de ouro. O ministro disse ser contra a forma como o tema foi apresentado e o deputado reagiu ordenando que a flexibilização fosse retirada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vinha sendo elaborada.De acordo com colaboradores do presidente, Temer chamou Maia para uma conversa no Planalto logo depois do atrito para dizer que a prioridade absoluta é a reforma da Previdência. O presidente, na entrevista, tentou ainda esfriar as pretensões de Maia e Meirelles dizendo preferir ver o ministro na condução da economia e que a prioridade do deputado deve ser a reeleição para a presidência da Câmara – se reeleito deputado federal, Maia poderá concorrer a mais um mandato à frente da Casa.

Estadão
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