Foto: Adriano Machado / Reuters
Henrique Meirelles e Michel Temer 15 de março de 2018 | 07:20

Meirelles propõe a Temer acordo para ser candidato

brasil

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vai propor um pacto de risco ao presidente Michel Temer, na tentativa de tornar viável sua candidatura ao Palácio do Planalto. Se Temer aceitar o acordo, Meirelles deixará o comando da economia na reforma ministerial, prevista para o início de abril, e até o começo de julho fará viagens pelo País, já filiado ao MDB, com o objetivo de se tornar conhecido. A proposta a ser apresentada pelo ministro é que, se o seu nome não decolar nesse prazo de três meses, ou mesmo se Temer resolver disputar novo mandato, ele retirará a pré-candidatura para apoiar o presidente. Meirelles quer ser candidato, mas avalia que precisa de tempo para expor sua plataforma ao País, “traduzir” a melhoria dos indicadores econômicos em metas sociais e aumentar a popularidade. Seu desejo de concorrer, no entanto, esbarra na possível pretensão de Temer de entrar no páreo. Com receio de deixar o governo e depois ser “cristianizado” pelo Planalto, o ministro conversou recentemente com o presidente do MDB, Romero Jucá (RR), e decidiu sugerir o acordo a Temer, nos próximos dias. A interlocutores, Meirelles tem dito que, caso não consiga respaldo popular e político, fará campanha para o presidente ou para o postulante que ele avalizar e não retornará à equipe. As últimas pesquisas de intenção de voto mostram que Meirelles tem no máximo 2% das preferências. Temer, por sua vez, nem chega a esse patamar. Na avaliação dos dois, porém, o que mais importa é o potencial de crescimento daqui para a frente. O ministro encomendou levantamentos qualitativos de opinião para saber o que eleitores esperam do próximo ocupante do Planalto e como as pessoas encaram sua possível candidatura. Ex-presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles é filiado ao PSD, mas o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, chefe do partido, fechou acordo para apoiar o prefeito João Doria (PSDB) ao governo paulista. Em troca, Kassab negocia a vaga de vice na chapa de Doria e, além disso, deve aderir à campanha do governador tucano Geraldo Alckmin à Presidência, rifando Meirelles.

Estadão
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