18 de março de 2018 | 11:09

Ocupação pode ter piorado crise hídrica em Brasília

brasil

Mergulhada em um racionamento de água que não tem data para acabar, Brasília recebe a partir de hoje o 8.º Fórum Mundial da Água. O desafio será discutir um problema que atinge não somente a capital, mas vem assombrando o País nos últimos anos e é cada vez mais comum em vários cantos do mundo. Enquanto cerca de 10 mil congressistas de 170 países debatem o tema “compartilhando água”, o País tem em grande parte do seu território – no Semiárido do Nordeste, há sete anos, e no Centro-Oeste, há três – um quadro de crise hídrica. Paulo Salles, diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) do Distrito Federal, autarquia ligada ao governo distrital, diz não haver risco de faltar água no evento e que o racionamento, em vigor há mais de um ano, é “oportunidade” para discutir o problema. “A crise hídrica é mundial, não é um problema local. Todos enfrentam dificuldades. As variações atreladas ao clima estão se concretizando”, afirma. Ele admite, porém, que obras previstas que podiam ter evitado o racionamento não foram realizadas. “O racionamento ocorre porque não executaram o que estava no papel. Além da falta de investimento, houve paralisia por órgãos de controle. Temos problemas de gestão.” Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) sugere que a escassez de água na capital federal vai além da falta de chuva ou da conclusão de obras de novos reservatórios. O trabalho analisou a evolução, desde 2000, do reservatório do Descoberto, o principal da região, que atende 2/3 da população de Brasília – 2 milhões de pessoas.

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