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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso 16 de abril de 2018 | 14:57

‘Ficamos viciados em uma maneira de fazer negócios e política que era muito corrupta’, diz Barroso

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse nesta segunda-feira, 16, que o combate à corrupção no Brasil gerou uma “enorme reação” de representantes da “velha ordem”, que são poderosos e têm aliados “nas altas esferas do governo, em todos os Poderes do governo, na imprensa e mesmo onde menos se esperaria”. Questionado se a última expressão era uma referência ao Poder Judiciário, o magistrado se recusou a responder. O ministro comparou ainda o período de combate à corrupção vivido pelo Brasil com a luta de um dependente contra as drogas. Há dois meses, Barroso se envolveu em uma polêmica com seu colega de Corte ministro Gilmar Mendes e o criticou de maneira indireta por ele se encontrar com o presidente Michel Temer e ter um relacionamento amigável com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “Não frequento palácios, não troco mensagens amistosas com réus e não vivo para ofender as pessoas”, escreveu Barroso em nota divulgada na época. Nesta segunda-feira, em resposta à pergunta se o comentário se referia ao Judiciário, Barroso declarou “falei o que falei”. O ministro está em Cambridge para um simpósio legal na Escola de Direito da Universidade de Harvard promovido por estudantes brasileiros na instituição. O processo vivido pelo Brasil atualmente foi comparado por Barroso à luta de um dependente contra as drogas. “No primeiro momento, a vida fida muito pior, por causa da típica síndrome de abstinência. Mas é a única maneira para ele ser curado. E uma boa alegórica”, disse. “Nós ficamos viciados em uma maneira de fazer negócios e política que era muito corrupta. Estamos no processo de perceber a gravidade do problema e começar a desintoxicação para nos livrarmos da droga.”

Estadão
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