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O presidente Michel Temer (MDB) 15 de maio de 2018 | 16:02

Em cartilha de dois anos de gestão, governo usa dados desatualizados

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O governo Michel Temer divulgou, nesta terça-feira, 15, uma cartilha que será será distribuída durante cerimônia, no Palácio do Planalto, para celebrar os dois anos da gestão emedebista à frente do País. O documento reúne “ações e resultados” de medidas tomadas entre 2016 e 2018, mas usa dados desatualizados de “população ocupada”, ignora o combate à corrupção e destaca a “privatização da Eletrobras” antes de sua aprovação no Congresso. Apesar de ter 36 páginas recheadas de gráficos e ilustrações, a cartilha com o slogan “O Brasil voltou” — criado no ano passado pelo publicitário Nizan Guanaes — o documento não menciona o combate à corrupção como “vitórias” do governo Temer, neste período à frente do Executivo. A única menção à Polícia Federal, por exemplo, aparece na página 30, quando o texto destaca o “recorde histórico” de apreensão de drogas. Em outro trecho da cartilha, destinada a destacar a “volta dos empregos”, o Palácio do Planalto bate bumbo para a nova lei trabalhista. Os dados enaltecem o saldo positivo de contratações em em janeiro, quando foram registradas 77.822 contratações. Em seguida, o governo destaca o saldo positivo de março, de 56.151 contratações. Apesar disso, a gestão emedebista utiliza um dado desatualizado para a população ocupada. No documento, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) prefere mencionar que, no trimestre de outubro a dezembro de 2017, “aumentou em 1 milhão e 842 mil o número de pessoas ocupadas em comparação com o mesmo trimestre de 2016”, o que totaliza 92,1 milhões de pessoas ocupadas. Os dados são da PNAD Contínua do IBGE. No entanto, o mesmo órgão mostrou em março que o número de pessoas ocupadas caiu para 90,5 milhões no primeiro trimestre de 2018. No trecho em que destaca a modernização da Eletrobras, a cartilha conta que o Ministério de Minas e Energia “comunicou a proposta” de reduzir a participação da União no capital da Eletrobras. O texto cita que, em janeiro de 2018, mensagem do Poder Executivo enviou ao Congresso um projeto de lei que propõe a modernização da estatal. A proposta, no entanto, ainda está em comissão e enfrenta impasse para ser aprovada de fato. Leia mais no Estadão.

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