Foto: Tiago Queiroz / Estadão
Geraldo Alckmin 26 de julho de 2018 | 07:10

Centrão pode apresentar mais de um nome de vice para Alckmin

brasil

O Centrão pode apresentar mais de uma alternativa de vice para a chapa do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, que receberá o apoio oficial do bloco na manhã desta quinta-feira, 26. O anúncio será realizado sem a definição do vice, após o empresário Josué Gomes da Silva (PR) ter recusado o convite. Segundo o presidente do DEM, ACM Neto, se houver consenso, o bloco apresentará apenas um nome. “Caso existam diversas opções, pode ser que a gente apresente mais de uma alternativa. A palavra final será de Alckmin. Nossos partidos têm bons nomes e não vamos ter dificuldade em encontrar um novo. A escolha não será tratada como um pleito deste ou daquele partido”, completou. Durante todo o dia, dirigentes do Centrão – formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade – buscavam negociar uma saída enquanto Josué, filho do vice-presidente José Alencar (morto em 2011), não se posicionava. Integrantes do bloco tentam convencê-lo a mudar de ideia, mas na prática já trabalham com um plano B. Depois de um jantar em Brasília, Alckmin disse ter até o dia 4 de agosto, data da convenção do partido, para definir a composição de sua chapa. Admitiu, no entanto, ainda não ter recebido resposta definitiva de Josué. “Se ele puder, ótimo. Se não, sem pressa”, afirmou o ex-governador, ao deixar a casa do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), onde foi realizado o encontro. Para o tucano, a indicação do vice é “um bom problema”. O Solidariedade tentava emplacar a indicação do ex-ministro Aldo Rebelo, mas o PP queria a cadeira para o empresário Benjamin Steinbruch. O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional se filiou ao PP para ser vice do pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, mas a estratégia naufragou com o apoio do bloco a Alckmin. Agora, Steinbruch entrou na lista dos citados para fazer dobradinha com o presidenciável do PSDB. A preferência do ex-governador por uma parceria com o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) causou ciúmes nos demais partidos do bloco. Dirigentes do Centrão lembraram que, pelo acordo firmado, todos se comprometeram a apoiar a recondução do deputado Rodrigo Maia (RJ), que é do DEM, à presidência da Câmara, em 2019. A avaliação do grupo é a de que, em um cenário assim, com Maia reeleito para o comando da Câmara, o DEM já estaria “bem contemplado” na geografia do poder. “Acho que o vice (na chapa de Alckmin) não pode ser do DEM, porque aí já seria muita coisa”, resumiu o presidente do PRB, Marcos Pereira. Na avaliação de Pereira, Josué demonstrou preocupação com a resistência de sua família e “não quer desobedecer a mamãe”.

Estadão
Comentários