Foto: Nilton Fukuda/Estadão
Guilherme Boulos, candidato à Presidência da República pelo PSOL 21 de setembro de 2018 | 16:15

Aceno do PT ao centro é masoquismo, diz Boulos

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Em visita a Salvador nesta sexta-feira, 21, o candidato do PSOL à Presidência da República nas eleições 2018 e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, chamou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de “hipócrita” e disse que os tucanos são “corresponsáveis pela ascensão do (candidato do PSL à Presidência, Jair) Bolsonaro” à liderança das pesquisas eleitorais. Em tom duro, Boulos também afirmou que “só pode ser masoquismo” a atitude do PT de fazer acenos ao centro político e ao mercado financeiro para tornar o presidenciável do partido, Fernando Haddad, mais palatável aos olhos dos financistas. Ainda nesta sexta-feira, Marina Silva, candidata da Rede nas eleições 2018, também comentou a carta de FHC e afirmou que PSDB enfrenta as mesmas dificuldades que o PT. “O Fernando Henrique Cardoso é um hipócrita. É um hipócrita porque ele é corresponsável pelo que acontece hoje no Brasil, pela ascensão do Bolsonaro inclusive. Ele e o PSDB. O senhor Fernando Henrique Cardoso apoiou o golpe em 2016 e ajudou a botar o Temer no poder”, afirmou o presidenciável do PSOL, durante visita à Sociedade Protetora dos Desvalidos, no Pelourinho. Ele disse ainda que o ex-presidente tucano “representa, com seu partido, as velhas práticas da política que geraram desilusão nas pessoas, que geraram desesperança”. Conforme a análise de Boulos, “foi desse caldo de desesperança e antipolítica que nasceu Bolsonaro, que gerou um medo que o Bolsonaro aproveitou politicamente e surfou nele”. “Não venham agora querer dar lição de como resolver o problema que eles ajudaram a criar”, rechaçou o líder sem-teto, que participa, na capital baiana, de um comício ao lado da sua candidata a vice, a líder indígena Sônia Guajajara. A declaração de Boulos foi uma resposta à carta divulgada na quinta-feira, 20, pelo ex-presidente tucano. No texto, uma crítica direta à polarização entre Bolsonaro e Haddad, FHC pede união do centro político contra os extremos. Ele afirma, no documento, que “ainda dá tempo deter a marcha da insensatez”.

Estadão
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