Foto: Agência Estado
Nome, endereço e celular de Sebastião Eduardo Alves de Castro, são mencionados em conversas entre funcionários da Transnacional 13 de setembro de 2018 | 13:59

Diálogos citam entregas de R$ 1,5 mi a ex-assessor do governo Alckmin

brasil

Diálogos obtidos pela Polícia Federal entre funcionários de uma transportadora de valores usada pela Odebrecht citam supostas entregas de R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo na casa de um ex-assessor do governo Geraldo Alckmin (PSDB) durante as eleições de 2014. As conversas mantidas por Skype revelam o nome, o endereço e o telefone do advogado Sebastião Eduardo Alves de Castro, que foi funcionário do ex-secretário de Planejamento e tesoureiro da campanha do tucano, Marcos Monteiro. As mensagens relacionadas a Alves de Castro contêm os mesmos valores e senhas vinculados aos supostos repasses de caixa dois para a campanha de Alckmin nas planilhas da Odebrecht. Segundo o ex-presidente de Infraestrutura da empreiteira, Benedicto Junior, o ‘BJ’, o destinatário de recursos para a reeleição do tucano a governador em 2014 seria Marcos Monteiro, cujo codinome usado pelos delatores da Odebrecht era ‘M&M’. Ao Estado, Alves de Castro disse ser amigo de Monteiro ‘há 500 anos’, mas negou ter recebido qualquer dinheiro em nome do ex-secretário e tesoureiro e atual presidente da Investe SP, agência de fomento do Estado, no governo Márcio França (PSB). “Estou absolutamente assustado e preocupado”, afirmou o advogado, que trabalhou diretamente com Monteiro desde 2011 e foi membro do conselho fiscal da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) até agosto deste ano. Alckmin e Monteiro são alvos de ação civil pública de improbidade administrativa movida na semana passada pelo Ministério Público de São Paulo, que atribui a ambos enriquecimento ilícito pelo suposto recebimento de R$ 7,8 milhões da Odebrecht via caixa dois de campanha. Em depoimento ao promotor Ricardo Manuel Castro, o doleiro Álvaro Novis, que teria operacionalizado pagamentos da Odebrecht, confirmou ter executado repasses, usando para isso os serviços da transportadora de valores Transnacional. Conhecido pelas alcunhas ‘Paulistinha’ e ‘Carioquinha’, Novis teria viabilizado a maior parte dos repasses a políticos em São Paulo e no Rio. Foi a partir da investigação sobre remessas que a Odebrecht supostamente destinou a políticos do MDB, que a PF teve acesso a diálogos de funcionários da Transnacional sobre pagamentos agendados pelo doleiro a pedido da empreiteira. Este inquérito cita o presidente Michel Temer.

Estadão
Comentários