Foto: Política Livre/Arquivo
A deputada estadual Olívia Santana foi anunciada hoje como pré-candidata do PCdoB à Prefeitura de Salvador 04 de novembro de 2019 | 19:07

Plano do PCdoB é um só: fazer Olívia Santana vice de Guilherme Bellintani

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Afirmar que o PCdoB vai levar a candidatura da deputada estadual Olívia Santana à Prefeitura de Salvador até o final é tão verdadeiro quanto declarar que a deputada federal Alice Portugal ficou satisfeita com a escolha do partido de ambas.

O plano do PCdoB é claramente se colocar numa posição em que possa sacar Olívia para candidata a vice do hoje presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, considerado o verdadeiro candidato do grupo do governador Rui Costa (PT) às eleições municipais na capital baiana no próximo ano.

Não importa que tanto Olívia quanto Davidson Magalhães, o presidente estadual do PCdoB, jurem de pés juntos que o plano é tranformá-la na primeira prefeita negra da primeira capital do Brasil. A história é para boi dormir e não há, nos meios políticos, quem não a conheça.

A costura que levou ao anúncio de hoje, a que até a presidente nacional da sigla, Luciana Santos, fez questão de estar presente, deslocando-se pessoalmente a Salvador, vem sendo maturada há já algum tempo por parte do núcleo duro da pré-campanha de Bellintani.

Mais precisamente por aqueles que possuem ligações antigas com o partido do deputado federal Daniel Almeida, espécie de mentor do PCdoB baiano que procurou se manter equidistante da refrega entre Olívia, Alice e Davidson nos momentos finais que precederam e sucederam o anúncio de hoje.

A estratégia dos comunistas parte do pressuposto de que há, sim, necessidade de um representante negro na chapa com que o grupo do governador Rui Costa (PT) vai disputar a sucessão do prefeito ACM Neto (DEM) no próximo ano. Mas, infelizmente, não como protagonista.

O negócio, portanto, seria coadjuvar. E as chances de se assumir o cobiçado papel secundário, de suporte ao plano majoritário maior, serão tanto maiores quanto for a rapidez com que se consiga colocar no jogo oferecendo a condição exigida.

Não há nada de novo na jogada, que já foi feita algumas vezes nas disputas municipais da cidade predominantemente negra e pobre. A única novidade, na verdade, é o fato de ela estar sendo executada pelas esquerdas, exatamente nos mesmos moldes em que fez até agora a chamada direita.

Sem dúvida, o PCdoB saiu na frente com o seu quadro ideal para o papel. Quanto a Alice, terá que engolir o choro, que marcou ao se ausentar do ato de anúncio hoje pela manhã, e aceitar a tarefa que lhe impuseram de coordenar as campanhas municipais do partido no Estado.

Seria, segundo os próprios correligionários, uma forma de agradecer ao que a legenda fez por ela, em 2018, ao priorizar sua campanha de deputada federal em detrimento da do colega Davidson Magalhães, que acabou numa suplência de senador.

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