Foto: Gabriela Biló/Estadão
Bolsa de Valores 31 de agosto de 2020 | 22:00

Wall Street tem melhor agosto em mais de 30 anos, e Bolsa brasileira acumula queda

economia

Enquanto o S&P 500, maior índice acionário dos Estados Unidos, teve o melhor agosto desde 1986, com ganho de 7%, a Bolsa brasileira acumulou queda de 3,4% no mês, dando fim à sequência de quatro altas mensais após o tombo de mais de 30% no primeiro trimestre.

Nesta segunda-feira (31), o Ibovespa caiu 2,7%, a 99.369 pontos, e o dólar subiu 1,12%, a R$ 5,4780.

Nos EUA, a valorização das ações em agosto foi impulsionada pelas empresas de tecnologia, que tiveram resultado melhor do que o esperado pelo mercado no segundo trimestre, gerando uma expectativa de recuperação mais rápida após a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

Nesta sessão, S&P 500 caiu 0,2% e Dow Jones, 0,8%. Nasdaq subiu 0,7%.

No Brasil, o destaque do mês foi a preocupação de investidores com a saúde fiscal do país e com a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo de Jair Bolsonaro, levando o real a perder valor ante o dólar.

Em agosto, a moeda americana acumulou alta de 5%. Dentre países emergentes, o real teve a maior desvalorização no mês.

“Foi um mês agitado, a reforma tributária não trouxe novos capítulos e teve todos os receios e ‘ficos’ do Guedes”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

Nesta terça (1º), o governo deve enviar ao Congresso o Orçamento de 2021 e divulgar a prorrogação do auxílio emergencial. Também há expectativa de definições sobre o Renda Brasil, programa que deve substituir o atual Bolsa Família.

Nesta segunda, o Banco Central divulgou que a dívida bruta brasileira, considerada a principal medida da saúde fiscal do país, subiu 10,7 pontos no ano até julho, ao patamar recorde de 86,5% do PIB (Produto Interno Bruto).

“Enquanto a política monetária expansionista nos EUA e a retomada da economia chinesa esquentaram os ganhos neste em agosto, no front doméstico, a entrega do Orçamento, divergências sobre o Renda Brasil e a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro desanimaram os investidores”, diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

Folhapress
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