Foto: Fábio Motta/Estadão
Eike Batista 10 de novembro de 2020 | 12:13

Bolha de ações de Eike beneficia grandes investidores

economia

Dois acionistas relevantes da empresa de construção naval OSX se aproveitaram da bolha no preço das ações das empresas de Eike Batista em outubro para se desfazer de suas participações. Um deles, o fundo Florença Teórica, já foi gerido pelo presidente do conselho de administração da companhia.

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu processo administrativo para apurar a valorização atípica dos papéis após questionamentos da Abradin (Associação Brasileira de Investidores), que acusa “prática não equitativa” nas negociações.

A bolha envolveu ações da MMX e da OSX, duas das três empresas que permanecem sob o controle de Eike. Cotadas a menos de R$ 2 no início do mês, as ações da MMX chegaram a bater R$ 36 no dia 13 de outubro e fecharam o último pregão daquele mês a R$ 11,43.

A OSX foi levada junto, passando da casa dos R$ 4,60 no início do mês para um pico de R$ 21 também no dia 13. Na sexta (30), os papéis da companhia fecharam o pregão cotados a R$ 12,10.

Em comunicado enviado à CVM no dia 28 de outubro, a OSX informa que o fundo Florença Teórica vendeu todas as 214 mil ações que tinha da empresa, volume equivalente a uma participação de 6,8%. A valorização das ações da empresa levou o fundo a uma rentabilidade de cerca de 400% em outubro

O Florença Teórica já foi administrado por Rogério Alves de Freitas, que preside o conselho da OSX e até 2017 era sócio da Teórica Investimentos. Em 2017, ele deixou a corretora e passou a trabalhar na 1618 investimentos, até assumir o cargo atual, já em 2020.

Antes, outro sócio relevante da OSX, o investidor Roberto Lombardi de Barros, também movimentou grandes volumes de ações da empresa. No dia 14, quando as cotações estavam no pico, vendeu 114 mil ações. No dia 21, já com preços mais baixos, comprou 264 mil ações, chegando a uma fatia de 8,4% da companhia.

Folha de S.Paulo
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