1 maio 2024
Três cidades do interior da Bahia, todas com menos de 30 mil habitantes, conseguiram um feito raro nesta eleição: eleger mais mulheres do que homens nas Câmaras Municipais. É o caso de Rodelas, no Vale do São Francisco, João Dourado, no Centro-Norte, e Palmas de Monte Alto, no Centro-Sul da Bahia.
Rodelas tem menos de 10 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e apenas nove vagas na Câmara Municipal. Destas, cinco serão ocupadas por mulheres a partir do ano que vem.
João Dourado, cidade com nome de homem, também elegeu mais mulheres – elas ocupam seis das 11 vagas no legislativo municipal. É uma mulher a mais votada: Kel do Riacho teve 1.135 votos.
Já em Palmas de Monte Alto, o feito foi ainda maior: a cidade tem a maioria da população masculina, mas três mulheres foram as mais votadas este ano – Patrícia do Rancho, Selma de Leotério e Rose da Barriguda somam 2.140 votos. A cidade tem 11 vereadores – seis mulheres eleitas.
Para a cientista polícia Denise Paiva, doutora pela USP e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), alguns estudos mostram que é mesmo a política local a porta de entrada das mulheres.
“Algumas são ex-primeiras-damas, vêm de famílias tradicionais, o que facilita para que consigam se eleger. Com os homens também é assim e não há nenhum demérito nisso. Mas é importante que elas consigam avançar na carreira”, aponta a pesquisadora.
Um próximo passo é, quem sabe, crescer o número de prefeitas eleitas. Em 2016, a Bahia elegeu 56 mulheres, segundo o TRE-BA. Este ano foram 53. “É preciso ter uma mudança cultural na sociedade, avançar mais para que na próxima geração a gente não precise perguntar mais pelas mulheres na política, para que elas estejam lá e isso seja naturalizado”, defende Denise.
As informações são do jornal Correio*.