3 maio 2024
A Petrobras anunciou nesta quinta (26) corte de 27% no seu orçamento para investimentos nos próximos cinco anos. O novo plano de negócios reduz ainda as metas de produção de petróleo e gás da companhia.
Aprovado na quarta (25) pelo conselho de administração, o plano prevê investimentos de US$ 55 bilhões (cerca de R$ 294 bilhões pela cotação atual) entre 2021 e 2025, ante os US$ 75 bilhões (R$ 400 bilhões) do plano anterior.
É o segundo corte na projeção de investimentos sob o comando de Roberto Castello Branco, nomeado para presidir a Petrobras pelo presidente
Jair Bolsonaro (sem partido). Em 2019, em seu primeiro plano de negócios, o orçamento foi reduzido em 10%.
Em sua gestão, Castello Branco acelerou o processo de venda de ativos da companhia, ampliou o foco em no pré-sal e diz buscar uma empresa com maior retorno ao investidor. O movimento foi reforçado após a pandemia, que derrubou o consumo e as cotações internacionais de petróleo.
No documento distribuído nesta quinta, a empresa diz reafirmar a visão de “ser a melhor empresa de energia na geração de valor para o acionistas, com foco em óleo e gás e com segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente”.
Nesse sentido, diz a Petrobras, a redução do endividamento continua sendo prioritária. Em 2020, a empresa conseguiu diminuir sua dívida bruta em US$ 31 bilhões (R$ 165 bilhões) e a meta de atingir US$ 60 bilhões (R$ 320 bilhões) deve ser atingida em 2022, segundo o plano divulgado nesta quinta.
A partir deste momento, a empresa fica liberada para distribuir um volume de dividendos superior ao mínimo previsto em lei, de 25% do lucro líquido. Em outubro, a estatal anunciou que poderá distribuir dividendos mesmo em anos de prejuízo caso a geração de caixa garanta a redução da dívida e os investimentos.
Do total de aportes previstos para os próximos cinco anos, 84% serão destinados à exploração e produção de petróleo, patamar semelhante ao do plano anterior. Projetos localizados no pré-sal vão receber US$ 32 bilhões (R$ 171 bilhões).
A expectativa é instalar 13 plataformas de produção no período. A meta de produção para 2025, de 3,3 milhões de barris de óleo e gás, é 5% inferior à do plano aprovado em 2019. A empresa diz que a queda reflete a venda de ativos de exploração e produção na Bacia de Campos.
Parte do corte de investimentos havia sido antecipado em setembro, quando a empresa anunciou que reduziria seu orçamento para exploração e produção de petróleo em função das novas projeções para as cotações internacionais após a pandemia.
Folhapress