Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em novembro, déficit primário foi de R$ 18,2 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2016 29 de dezembro de 2020 | 16:29

Rombo nas contas do governo atinge R$ 699 bilhões no ano

economia

As contas do governo central registraram um déficit primário (receitas menos despesas, excluindo o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 18,241 bilhões em novembro, o pior desempenho para o mês desde 2016. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, veio depois de um outro rombo de R$ 3,564 bilhões registrado em outubro. Em novembro de 2019, o resultado havia sido negativo em R$ 16,574 bilhões.

No acumulado de janeiro a novembro, o resultado primário é negativo em R$ 699,105 bilhões, o pior desempenho para o período da série histórica iniciada em 1997. Em relação a igual período de 2019, há queda de 9,7% nas receitas e avanço de 39,3% nas despesas em termos reais.

Em 12 meses até novembro, o governo central apresenta um déficit de R$ 732,9 bilhões – equivalente a 9,6% do PIB. A meta fiscal para este ano admitia um déficit de até R$ 124 bilhões nas contas do governo central, mas a aprovação pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus autoriza o governo a descumprir valor em 2020.

Na semana passada, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, atualizou a projeção da equipe econômica para o rombo do Governo Central em 2020, com uma estimativa de déficit de R$ 831,8 bilhões, ante projeção anterior de R$ 844 bilhões. Nesta terça-feira, 29, o Tesouro estimou que o resultado anual deve ficar ainda abaixo desse valor.

Alta nas receitas e nas despesas
Apesar de alto, o rombo do mês passado foi menor que as expectativas do mercado financeiro. Levantamento do Projeções Broadcast com 18 instituições apontava para um déficit de R$ 21,9 bilhões.

Em novembro, as receitas tiveram alta real de 5,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as despesas subiram 6,4% na mesma comparação, descontada a inflação, principalmente por causa do aumento dos gastos para fazer frente à pandemia do coronavírus.

Estadão
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