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Rui Costa e Bruno Reis têm, de forma injusta, pagado o pato da incompetência exclusiva do governo federal 23 de fevereiro de 2021 | 11:36

Bruno e Rui precisam se defender de pressões pedindo à população que cobre a vacinação a Bolsonaro

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Talvez por excesso de diplomacia ou zelo político, o prefeito Bruno Reis (DEM) e o governador Rui Costa (PT) não têm sabido se desincumbir da pressão que injustificadamente parte da população e de setores econômicos lhes fazem contra as medidas restritivas ditadas pela expansão, ao que parece, hoje descontrolada, da Covid 19 na Bahia.

Cada um ao seu modo e, quando possível, de forma conjunta, ambos têm tido conduta exemplar na tomada de decisões importantes para evitar que o quadro se agrave ainda mais, reproduzindo o mesmo tipo de parceria livre e bem sucedida que norteou a atuação de governo e Prefeitura quando seu titular era ainda ACM Neto (DEM).

Ocorre que a situação mudou muito de lá para cá, principalmente depois do advento da vacina, instrumento do qual o mundo dispõe hoje para enfrentar o flagelo de uma doença traiçoeira, como bem a descreveu o secretário estadual de Saúde, Fábio Villas Boas, ainda acamado após contraí-la depois de 11 meses de batalha contra sua disseminação.

Da mesma forma que, a cada novo dia, fica ainda mais claro e luminoso que o governo federal e seu representante máximo na área, o ministro da Saúde, Ricardo Pazuello, falharam redondamente tanto por falta de uma estratégia para conter os danos da doença diretamente na população, como a sua expansão, por meio da imunização em massa.

Os erros gritantes que ainda se apura se foram por mera incompetência ou por determinação deliberada não devem fazer, no entanto, com que Bruno e Rui esqueçam-se de passar a pressão adiante, responsabilizando o presidente e sua equipe pelo caos que impede a utilização da vacinação como forma de enfrentar a doença e superar a crise.

Fato é que, largado à própria sorte por Jair Bolsonaro e seu ministro, o Brasil vive como se não houvesse vacina, algo fundamental para proteger as pessoas, libertá-las do risco e do medo da contaminação, evitar o surgimento de novas variantes mais fortes do vírus e, fundamentalmente, ajudar na retomada da atividade econômica.

É o que já acontece nos países em que a vacinação tem avançado. A conta da negligência, da falta de planejamento, da desfaçatez e da imprevidência não pode, de forma injusta, cair no colo dos que, mesmo sem apoio e com recursos escassos, têm até aqui se esforçado para proteger a população, ainda que sob sua inacreditável incompreensão.

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