Foto: Paulo Vítor/Estadão
O dólar subiu na manhã desta quarta-feira 03 de março de 2021 | 11:34

Bolsa tem leve baixa, com cautela doméstica e novas perdas da Petrobrás; dólar sobe

economia

O Índice Bovespa opera em leve baixa nesta primeira hora de pregão, mostrando um relativo equilíbrio de forças entre as principais blue chips, ações de grandes empresas, de sua carteira. Por um lado caem ações da Petrobrás, alinhadas a fatores domésticos. De outro lado, avançam papéis de mineração e siderurgia, acompanhando o avanço das commodities no exterior.

No mercado de câmbio o dia é de alta, com o dólar sendo negociado na faixa dos R$ 5,71 nos mercados à vista e futuro, puxando também os juros futuros para cima. Pesam incertezas no campo político, no dia da votação da PEC Emergencial no Senado, e também o temor de que o avanço dos casos de covid-19 no País volte a dificultar a recuperação da economia.

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o governo vai reeditar medidas adotadas no ano passado para fazer frente à pandemia do coronavírus. Entre as ações que estão sendo analisadas, Rodrigues citou o Programa de Manutenção do Emprego (BEm), pelo qual o governo banca o salário de trabalhadores que podem ter o contrato reduzido ou suspenso, e o diferimento de tributos.

As ações da Petrobrás registram queda expressiva nesta manhã, respondendo a mais um capítulo da interferência do governo na estatal. A decisão de quatro conselheiros de não mais continuar no colegiado da empresa repercute negativamente, devido à chance de seus lugares serem preenchidos por indicados do governo, o que aumentaria o espaço para ingerência política. Às 10h30, o Ibovespa tinha baixa de 0,44%, aos 111.046,10 pontos, enquanto Petrobras ON e PN recuavam 1,28% e 1,55%, respectivamente.

Em contrapartida, os índices futuros das bolsas de Nova York ganharam um pouco mais de força na última hora, em reação ao dado de geração de vagas no setor privado nos Estados Unidos. O ADP informou que foram criados 117 mil empregos no setor privado do país em fevereiro, abaixo da previsão de 225 mil, mas o dado de janeiro foi revisado em alta (de 174 mil para 195 mil). Os números podem reforçar a percepção de que o mercado de trabalho americano segue fraco e ampliar a pressão por estímulos fiscais, no momento em que um pacote sobre o tema é discutido no Senado americano. No horário acima, o Dow Jones futuro subia 0,36%, o S&P 500 avançava 0,22% e o Nasdaq tinha alta de 0,21%. O mercado americano repercute hoje notícias positivas sobre o avanço da vacinação contra a covi-19, com a promessa do governo de vacinar toda a população adulta até o final de maio.

No mercado de câmbio, a manhã é de fortalecimento do dólar ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities. O real, no entanto, está entre as moedas de pior desempenho, justamente pela percepção de risco doméstico. Há instantes, a divisa era negociada a R$ 5,7066 no mercado à vista, em alta de 0,72%. Na máxima, pouco antes, chegou aos R$ 5,7176. Na renda fixa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 7,55%, contra 7,49% do ajuste de ontem.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta manhã que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que possibilitará o pagamento do auxílio emergencial, precisa trazer compensações fiscais. O texto está pautado para análise do Senado e pode ser votado em dois turnos ainda hoje. Para Mourão, apenas com a aprovação de medidas compensatórias é possível dar a sinalização de compromisso fiscal do governo.

“Na minha visão, que coincide com a do ministro Paulo Guedes (da Economia), tem que haver compensações fiscais para qualquer, vamos dizer, benefício que seja colocado porque nós vivemos uma crise complicada. A crise fiscal do Brasil é dura”, declarou Mourão hoje na chegada à vice-presidência.

Estadão Conteúdo
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