Foto: Michael Nagle/Xinhua/Arquivo
Painel da Bolsa de Valores de Nova York mostra índice em queda 04 de outubro de 2021 | 14:42

Bolsa aprofunda perdas e cai a 110 mil pontos com piora no cenário internacional

economia

A Bolsa de Valores brasileira acelerou a queda no início da tarde desta segunda-feira (4). Às 12h50, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário do país, caía 2,41%%, a 110.171 pontos. O dólar refletia a aversão ao risco e subia 1,26%, a R$ 5,4350.

O Ibovespa já operava em baixa na abertura nesta segunda, diante de renovados temores de alta prematura do juro nos Estados Unidos e de crise no setor imobiliário chinês. A queda se tornou mais intensa, porém, após a abertura em forte baixa do mercado americano.

Em Wall Street, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq afundavam 1,28%, 1,70% e 2,45%.

As baixas, mais uma vez, estão relacionadas a um possível ciclo de alta de juros no país em resposta à inflação gerada pela escalada de preços de energia no mundo e pela quebra das cadeias de suprimento durante a pandemia, gerando escassez de insumos e desaceleração da capacidade produtiva em um momento em que o planeta tenta retomar as atividades econômicas.

Na China, a Evergrande voltou ao radar dos investidores, uma vez que a gigante imobiliária tem um vencimento de dívida de 260 milhões de dólares nesta segunda-feira e um calote poderia gerar uma reação em cadeia nos setores imobiliário e financeiro, local e global. A Evergrande também suspendeu a negociação de ações em Bolsa.

No Brasil, revelações de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mantêm empresas em paraísos fiscais, situação em que pode haver conflitos de interesses, podem acrescentar ainda mais instabilidades ao já conturbado contexto político e econômico do país.

A existência desses investimentos foi revelada neste domingo (3) por veículos como a revista Piauí e o jornal El País, que participam do projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ. Os documentos fazem parte da Pandora Papers, investigação sobre paraísos fiscais promovida pelo consórcio.

Além disso, o mercado convive com preocupações sobre a capacidade do governo em negociar soluções para cumprir compromissos fiscais, como o pagamento de precatórios em 2022, e a busca de recursos para a extensão do auxílio emergencial.

Folhapress
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