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O governador Rui Costa (PT) 28 de dezembro de 2022 | 23:09

Após viagem internacional de férias em momento conturbado, Rui retorna à Bahia enfraquecido politicamente

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Enfraquecido politicamente após a decisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de dividir o Programa de Parceria Público-Privada (PPI) entre a Casa Civil e o Ministério do Planejamento, o governador Rui Costa (PT) desembarca na noite desta quarta-feira (28) em Salvador após um período em Brasília emendado com férias curtas na Europa com a família.

Ele reassume o comando do Executivo estadual, que desde a última sexta-feira (23) era ocupado interinamente pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Menezes (PSD), pois o vice-governador João Leão (PP) recusou o posto.

Como revelou este Política Livre (clique aqui para ler), a viagem de Rui ao exterior nesses dias decisivos no plano federal também foi um sinal de insatisfação com Lula, que, além aceitar que o PT paulista interferisse na montagem da equipe do petista baiano na Casa Civil, aceitou tirar da pasta a gestão plena o PPI para agradar e fortalecer a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Pela Casa Civil, quem vai tocar o programa é o atual secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti, convidado do governador baiano.

A leitura que se faz em Brasília é que Lula prestigiou Tebet desidratando Rui, enquanto manteve forte o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É que a emedebista havia pedido também que a pasta do Planejamento ficasse com os bancos públicos, tradicionalmente no campo fazendário. Ao contrário do que fez em relação ao PPI, Lula não topou o pedido.

A avaliação é que esse posicionamento de Lula deixaria clara, desde já, a preferência por Haddad na sucessão presidencial, demonstrando que o petista baiano terá que labutar muito para repetir a trajetória da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi ministra-chefe da Casa Civil antes de ser escolhida candidata do PT ao Palácio do Planalto.

Por outro lado, Rui Costa retorna à Bahia em um momento conturbado no cenário local. A oposição o acusa de ter viajado em um momento inoportuno, em função das fortes chuvas que castigam municípios do interior do Estado. Além disso, antes de embarcar para a Europa, o petista elevou de 18% para 19% a alíquota básica do ICMS, desagradando diversos setores da economia, que protestaram publicamente.

Nesta quinta-feira (29), Rui Costa deve acompanhar de perto a situação dos municípios atingidos pelas chuvas. Na Assembleia Legislativa da Bahia será votado o projeto do Executivo que destina pelo menos R$ 100 milhões a comerciantes e prestadores de serviço atingidos pelas chuvas, por meio do Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (Fundese), via financiamento sem juros.

Na sexta-feira (30), Rui Costa deve fazer a última entrega do governo dele: o Tramo III do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (SMSL) à concessionária CCR Metro Bahia, que realizará as adequações necessárias antes do início da operação com passageiros, prevista para acontecer num prazo de três meses.

Política Livre
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