Foto: Divulgação/Arquivo
Presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz, considerado um dos cérebros da articulação política do vice-governador da Bahia 13 de janeiro de 2023 | 08:48

Provável ingresso de Muniz no Podemos marca início da articulação partidária para levar Geraldo Jr. à Prefeitura, dizem vereadores

exclusivas

Com a provável filiação do segundo homem mais poderoso da política municipal, o presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PTB), ao Podemos, o vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB), deflagra, na prática, com dois anos de antecedência, o primeiro lance da articulação partidária com a qual pretende disputar a Prefeitura de Salvador.

A avaliação é feita por vereadores soteropolitanos, para os quais, pelo poder que concentra hoje em suas mãos, dificilmente Muniz deve migrar sozinho para o novo partido, devendo levar com ele para a nova legenda pelo menos um punhado de colegas, todos, assim como ele, comprometidos com o que vem sendo chamado de “Projeto Geraldinho”.

O presidente da Câmara e o vice-governador da Bahia são aliados antigos e costuraram juntos a articulação que levou um a ser indicado candidato a vice na chapa do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o outro assumir, em seu lugar, a presidência do Legislativo municipal, depois de terem firmado oposição à gestão do prefeito Bruno Reis (UB).

Por este motivo, considerada pelos próprios colegas como a mais bem-sucedida empreitada política já empreendida a partir da Câmara de Salvador, dada, principalmente, a origem dos dois no baixo clero, a aliança entre Geraldo Jr. e Muniz deve seguir gerando dividendos políticos, a partir de agora, no entanto, com foco na sucessão municipal.

Por enquanto, os dois devem priorizar um relacionamento de alto nível com a Prefeitura, respeitando o acordo pelo qual Muniz assumiu a presidência da Câmara depois de, numa negociação com Bruno Reis, encerrarem uma desgastante disputa judicial sobre a sucessão na Casa, mas sempre de olho no “Projeto Geraldinho” de concorrer à Prefeitura.

Esta é a razão pela qual a migração do presidente da Câmara para o Podemos é vista também apenas como a primeira iniciativa para o fortalecimento do grupo com o propósito de levar Geraldo Jr. a disputar “com competitividade”, como os aliados frisam, a tomada do Palácio Thomé de Souza.

“Conhecendo os dois como conheço, sei que outras aproximações estão em curso”, diz um vereador ligado aos dois, prevendo novas mudanças na Câmara de Salvador depois, sobretudo, que o prefeito anunciar a sua reforma administrativa.

Apesar de recentemente ter sido alvo de um “chegaprálá” por parte do presidente estadual do PT, Éden Valadares, que defendeu a primazia de seu partido de discutir e apresentar candidato à sucessão em Salvador, segundo aliados, o lugar de destaque no debate, por direito, deveria ser concedido a Geraldo Jr.

Eles lembram que o vereador não teve dúvidas em ingressar na chapa de Jerônimo quando poucos acreditavam, no próprio grupo político liderado pelo PT, na eleição do governador, momento a partir do qual levou um clima de ânimo e expectativa de vitória para o candidato majoritário que, na avaliação dos aliados, foi eleitoralmente decisivo.

Política Livre
Comentários