Republicanos deverá ficar com duas secretarias na reforma administrativa de Bruno Reis, mas equação não beneficia Marcelo Nilo

O Republicanos deverá manter o comando da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) na reforma administrativa do prefeito Bruno Reis (União). Além disso, o partido poderá ampliar a influência sobre a Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) e manter o controle da Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal). A equação não beneficia o deputado federal Marcelo Nilo, que perdeu a reeleição pelo partido e ficou na primeira suplência.

Havia a expectativa de que Marcelo Nilo pudesse garantir o mandato a partir de fevereiro caso a deputada federal eleita Rogéria Santos (Republicanos), ex-vereadora da capital e ex-secretária municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude, aceitasse assumir o comando da pasta da Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre). Seria uma forma de compensar o parlamentar, que, por pressão de aliados, foi alijado da composição da chapa de ACM Neto (União) nas eleições do ano passado, mesmo após ter rompido com o PT com essa sinalização.

O Política Livre apurou que as negociações em prol de Nilo não avançaram. Primeiro porque inicialmente Bruno Reis queria colocar a Sempre na cota do Republicanos, que preferia ampliar a influência sobre a Seman. E, em segundo lugar, Rogéria Santos não aceitou voltar a ser secretária em nenhuma posição.

Além de Rogéria Santos, o Republicanos reelegeu para a Câmara Federal os deputados Márcio Marinho, presidente estadual do partido e que também prefere continuar em Brasília, e Alex Santana, que estaria disposto assumir uma secretaria municipal, mas, por não ser um quadro partidário genuíno – a exemplo do próprio Marcelo Nilo – e estar ligado à igreja Assembleia de Deus, não foi cogitado internamente até o momento – a legenda é controlada pela Universal do Reino de Deus.

As conversas entre o Republicanos e o prefeito ainda seguem acontecendo, mas uma fonte do partido garantiu ao Política Livre que é muito improvável, diante do cenário atual, que haja um arranjo que contemple Marcelo Nilo. Entretanto, haverá mudanças nas peças da sigla que hoje integram a administração municipal em Salvador.

Na Seinfra, a possibilidade de retorno o vereador Luiz Carlos (Republicanos) não está descartada, apesar do desejo do edil de permanecer na Câmara, segundo alguns pares na Casa ouvidos pelo site. Atualmente, a pasta é comandada pelo também vereador do partido Júlio Santos. É tido como certo que um dos dois estará no Executivo, para beneficiar o suplente Alberto Braga, muito ligado a Bruno Reis.

Na Seman, o atual secretário Luciano Sandes, que está na gestão desde o primeiro governo de ACM Neto, ocupando diversos cargos na área de obras e manutenção da cidade, deve ser substituído por um nome mais ligado ao Republicanos. Sandes, que já foi titular da Seinfra, pode ser remanejado para o comando da Superintendência de Obras Públicas do Salvador (Sucop) ou apenas deixar a gestão municipal, dentro da estratégia de reoxigenação anunciada por Bruno Reis para justificar a reforma.

A Sucop atualmente é presida pelo experiente Orlando Castro, quadro remanescente de quando o MDB era aliado da Prefeitura. Já o atual chefe da Desal, Virgílio Daltro, também pode ser substituído por outro nome do Republicanos, o que depende do avanço das negociações. Bruno Reis só deve anunciar as mudanças, que envolvem outras secretarias e diálogos com outros partidos, na próxima segunda-feira (16).