Foto: Ricardo Stuckert/PR/Arquivo
Por enquanto, os titulares das pastas foram autorizados a nomear apenas seus auxiliares mais próximos e a ordem é aguardar negociações políticas para saber como ficará a distribuição 19 de janeiro de 2023 | 11:22

Rui promete limpa entre nomes ligados ao bolsonarismo e Centrão no governo: ‘Pensamento é muito diferente’

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O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), declarou, em entrevista ao jornal O Globo divulgada nesta quinta-feira (19), que irá promover uma limpa de nomes ligados ao bolsonarismo e a caciques do Centrão que ainda estão ocupando cargos estratégicos do governo.

Por enquanto, os titulares das pastas foram autorizados a nomear apenas seus auxiliares mais próximos, como chefe de gabinete e secretário-executivo, e a ordem é aguardar negociações políticas para saber como ficará a distribuição dos demais postos, a exemplo de secretarias e diretorias de estatais.

Segundo Rui, “tem muita gente para sair e muita gente para entrar”. “Essas trocas são naturais, até porque o governo que saiu tem pouca ou nenhuma sintonia com o que entrou”, contou Rui, ao impresso.

E emendou: “O pensamento em todas as áreas é muito diferente. Não poderíamos conviver com os mesmos assessores”.

Tratam-se de cargos de segundo e terceiro escalões que o Palácio do Planalto quer usar para atrair partidos que ainda resistem em aderir à base aliada do petista, como o União Brasil e o Republicanos.

Embora a ideia inicial fosse ter uma definição até o dia 24 — data citada por Lula para a “liberação” dos cargos —, as manifestações golpistas da semana passada acabaram atrasando essas negociações.

Enquanto isso, conforme O Globo, parte do espólio bolsonarista resiste nos chamados cargos comissionados, que podem ser entregues a servidores de carreira ou quadros de fora do funcionalismo público, o que tem gerado incômodo nos novos ministros.

Na pasta do Turismo, o secretário substituto de Infraestrutura Turística, Luís Vannucci Cardoso, é um dos que seguem na cadeira. Nomeado pelo ex-ministro Gilson Machado, ele concorreu a deputado federal em 2018 pelo PSL, então legenda de Bolsonaro.

Hoje, a ministra é Daniela Carneiro (União Brasil), a Daniela do Waguinho, escolhida por Lula.

Já outros nomes, embora não tenham vinculação direta com o bolsonarismo, são heranças deixadas pelos partidos do Centrão, espinha dorsal da base de apoio ao governo anterior.

A secretaria nacional de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional tem como titular Sandra Holanda, nomeada para a função em novembro de 2021. Ela foi indicada pelo seu antecessor, Tiago Queiroz, que ocupou a cadeira por indicação de nomes do Centrão.

No governo Lula, a secretaria ficará no Ministério das Cidades, comandado por Jader Filho (MDB).

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