Irmã de Jerônimo, Marta Rodrigues critica contratação de artistas que cantam “baixaria” pelo Estado e Prefeitura

A vereadora Marta Rodrigues (PT), irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT), criticou a contratação, pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Salvador, de artistas que cantam “baixaria” no Carnaval. Ela lembrou da lei antibaixaria sancionada, em 2012, pelo então prefeito João Henrique e proposta pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal, que proíbe o uso de recursos públicos no âmbito municipal para pagamento de artistas que em suas músicas, danças ou coreografias desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres a situação de constrangimento.

Uma lei estadual também foi aprovada na Assembleia e sancionada pelo então governador Jaques Wagner (PT), atual senador, no mesmo ano. “As duas legislações precisam ser regulamentadas para que haja fiscalização. Tanto o Estado quanto a Prefeitura estão destinando recursos públicos para promover essas músicas, e isso não deveria acontecer. O que presenciei nesse Carnaval é muito grave. Isso aumenta a violência contra a mulher e permite situações como o machismo e a misoginia do bloco As Muquiranas”, disse Marta, em conversa com a imprensa antes da sessão desta segunda-feira (27).

Sobre o bloco As Muquiranas, a vereadora propôs a realização de uma audiência pública no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Defesa da Democracia para tratar dos abusos cometidos por filiados da agremiação. Na folia momesca deste ano, repercutiu nacionalmente a imagem de uma mulher cercada por membros do bloco de forma agressiva, sendo alvo das tradicionais pistolas de água utilizadas pelos travestidos. “Precisamos adotar uma medida enérgica porque esse tipo de coisa é recorrente”.