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Os desembargadores eleitorais Moacyr Pitta Lima e Pedro Godinho conduziram Abelardo da Matta no TRE 29 de abril de 2023 | 21:22

Os recados dirigidos a Roberto Frank na posse de Abelardo da Matta no TRE

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Realizada esta semana sem estardalhaço, apesar do auditório cheio, a posse do desembargador Abelardo da Matta como novo membro do Tribunal Regional Eleitoral deve marcar um ciclo de renovação no TRE, no qual seu presidente, o desembargador Roberto Frank, perderá as condições de impor sua autoridade à Corte como fez até as eleições passadas.

Os primeiros sinais de que chegou para efetivar a mudança na correlação de forças do Tribunal Eleitoral foram dados pelo próprio Abelardo. O novo desembargador foi escolhido para o órgão depois de uma campanha renhida em que acabou impondo uma derrota fragorosa ao candidato de Frank, desembargador Sérgio Cafezeiro.

Abelardo concorreu como nome do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Nilson Castelo Branco, a quem fez questão de agradecer em seu discurso de posse “pelos conselhos, orientações e liderança que exerce à frente do Tribunal baiano”, e no qual não esqueceu de destacar os 38 votos que recebeu contra os 25 do adversário.

Dirigindo-se ao ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, primo de Castelo Branco, Abelardo ainda fez questão de chamá-lo de amigo. Mas o desembargador daria um recado ainda mais direto a Frank ao escolher para conduzí-lo até a mesa de honra os desembargadores eleitorais Moacyr Pitta Lima e Pedro Godinho Filho.

O primeiro, conhecido pela independência, chegou ao órgão com apoio de Castelo Branco. Já Godinho, se tornou desafeto do presidente do TRE, após ter sido atacado por ele em discurso público na Corte por ter chegado para uma sessão num carro plotado com campanha de um candidato ao governo.

A escolha do advogado que saudou Abelardo também foi interpretada como outro duro recado a Frank. O novo membro do TRE fez questão de escolher para a missão o ex-presidente da OAB, Fabrício Castro. Os dois bateram cabeça depois de Castro ter tomado conhecimento que Frank apoiara a chapa adversária da sua em sua sucessão na OAB.

A candidata de Frank acabou perdendo a disputa.

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