Foto: Divulgação/Arquivo
Daniela Borges conduziu a candidatura sob o máximo de sigilo 25 de maio de 2023 | 13:56

Envolvimento em disputa por vaga no TSE provoca desgaste em presidente da OAB baiana

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O envolvimento da presidente da seção baiana da OAB, Daniela Borges, na disputa por uma vaga no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mantido sob sigilo até horas antes da escolha dos dois novos ministros pelo presidente Lula (PT), indignou advogados ligados à entidade e pode ter produzido desgastes em sua imagem.

Pelo menos em dois grupos de mensagens integrados por colegas de Daniela aos quais este Política Livre teve acesso houve mais críticas do que elogios à possibilidade de que ela chegasse à Corte. Na seleção, Lula acabou escolhendo dois homens ligados ao ministro Alexandre de Moraes, deixando de fora Daniela e outra candidata.

Advogados consideraram uma espécie de traição aos eleitores que apostaram em seu nome para presidir a OAB baiana o fato de ela ter se disposto a concorrer, ponderando que, se tivesse sido escolhida, jamais conseguiria acumular as duas funções com um bom desempenho como representante máxima da entidade no Estado.

“Uma vergonha! Infelizmente essa turma que se acha dona da nossa Instituição volta e meia faz uso da OAB como trampolim para promoção pessoal e obtenção de cargos em tribunais”, afirmou um advogado. Os críticos foram contraditados por outros, que viram só vantagens na eventual indicação da advogada.

Para eles, além de poder fortalecer a entidade nacionalmente, como ministra do TSE, ela representaria bem as mulheres na Corte Eleitoral. Mas vários chegaram a se declarar enganados pela intenção da baiana de disputar a vaga, o que, segundo eles, ela nunca mencionou.

Este Política Livre apurou que Daniela teria trabalhado sozinha pela indicação, sem envolver os líderes da OAB baiana, mantendo sigilo absoluto sobre o processo, provavelmente para evitar que o vazamento do plano pudesse criar obstáculos para a nomeação dela para o TSE.

Ela teve como principal madrinha a ministra Carmem Lúcia que, como Alexandre, integra também o Supremo Tribunal Federal (STF), que é de Minas Gerais, Estado onde Daniela estudou, além de outras colegas da área jurídica que trabalharam diretamente com a magistrada.

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